A eleição de Fernando Haddad em São Paulo, em 2012, foi uma grande vitória dele próprio e de Lula, que o indicou e o bancou em uma campanha para lá de dura e com índices de sujeira muito altos ( basta lembrar que seu adversário direto era o José Serra, vindo com sangue nos olhos da baixaria que foi a campanha presidencial de 2010).
Mas a vitória de 2012 na capital paulista pode ser muito mais significativa do que uma simples vitória de Lula ou do próprio Haddad. A vitória pode ser a oportunidade para o PT retomar o seu rumo em São Paulo, pois não é novidade para ninguém que o PT paulista, que cresceu e se fortaleceu em São Paulo na década de 90, foi ferido de morte na década de 2000. Suas principais lideranças foram ceifadas numa batalha sangrenta que se travou e se trava entre o grupo governante e a oposição midiática desde que Lula chegou ao poder em 2003.
Depois de um começo trôpego e com índices de rejeição elevados ( o que não é novidade, haja vista o grau de ódio desinformado que assolou a população paulista e que deu rios de votos para um candidato que não foi capaz de vencer nem na sua própria terra ), Haddad, aos poucos, está conseguindo romper um isolamento de comunicação e marcar a sua gestão, no Brasil e no mundo, com uma agenda moderna e progressista. E seus índices de aprovação têm aumentado.
São vários os veículos de mídia alternativa que divulgam as realizações da administração Haddad e que você pode acompanhar (aqui), mas, em geral, sua marca está no aumento do investimento social e de infra-estrutura, na valorização do transporte coletivo e nas ciclo vias, na revitalização de áreas degradadas (principalmente centrais), na concepção histórica de imposto progressivo, como na questão do IPTU (quem tem mais paga mais e quem tem menos paga menos) e no debate do Plano Diretor, onde introduziu as Zonas Especiais de Interesse Social, criando um contra-ponto ao absolutismo do poder financeiro sobre os destinos da cidade.
Outra coisa muito importante foi o combate à corrupção de maneira eficaz, criando uma Controladoria Municipal e aumentando muito o controle sobre o aumento patrimonial de servidores de alto escalão. Enfrentou a máfia dos alvarás, que existia há mais de 15 anos, com lucidez e pulso firme. Aliás, Haddad vai na direção de um posicionamento comum em países desenvolvidos e que se querem sérios: as decisões de chefia ( que envolvem altos contratos ) não devem ser tomadas em salas fechadas e sob a rubrica de um único servidor, mas em ambientes abertos onde a conversa se faz à luz da legalidade e da impessoalidade.
No trato político ( que não é algo fácil e nem banal ), Haddad também tem trilhado bom caminho. É sabido de todos os problemas históricos enfrentados ( e até incentivados por Prefeitos do passado ) na relação com a Câmara de Vereadores. O Prefeito tem conseguido construir uma maioria estável e discutir questões programáticas sem apelar para o toma lá da cá de baixo nível. E ainda tem a delicada relação com a força política de Kassab, que é o nomeado Ministro das Cidades e líder de uma bancada importante em nível nacional e tem, na cidade, um passivo que Haddad tem enfrentado com habilidade.
Enfim, Haddad é a lufada de ar fresco que o PT precisa em São Paulo. Ar fresco que o PT já exalou no início dos anos 90 e que fez o partido governar dezenas de municípios importantes no Estado e criando novidades como o orçamento participativo. É preciso que o PT se abra a este novo, se disponha a receber gente nova e com ideias novas, para se reconstruir em São Paulo.
Esse blog, O Calçadão, não desiste de São Paulo e se propõe a combater o ódio desinformado com posicionamento político e informação. Temos no Prefeito Haddad uma grande esperança crítica de abertura de um novo caminho, um caminho que contemple um resgate histórico com um eleitorado e com uma governabilidade já exercida e vitoriosa, com novidades administrativas que ampliem o desenvolvimento social.
Muitos daqueles que hoje se mantém céticos ou até frustrados com o PT não mudaram de lado. Eles permanecem com os mesmos sonhos de um país mais justo e só precisam enxergar de novo uma luz para retornar à luta. Estamos com Haddad, com simplicidade, nem de carro e nem a pé, vamos de bicicleta, afinal, ninguém desaprende a andar de bicicleta.
Ricardo Jimenez, professor, químico e vai comprar uma bicicleta.
Ricardo Jimenez, professor, químico e vai comprar uma bicicleta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário