Eu não gosto de Joaquim Levy e muito menos da política econômica que ele representa.
Acho lamentável um governo trabalhista ter que se apequenar diante das regras ditadas pelo tal de "mercado".
Acho lamentável um governo, que manteve à duras penas uma política anti-cíclica para proteger o emprego e a renda, aplicar um "ajuste" que impacta o trabalhador e a educação, sem que seja feito antes todo um processo correto de debate com a sociedade, mantendo, assim, a coerência com as corretas posturas de Dilma durante a campanha eleitoral, na qual venceu a ameaça da volta do atraso neoliberal tucano.
Acho perigoso um governo ser enfraquecido, muito a partir de seus erros de conduta em começo de mandato.
O enfraquecimento é tal que um Ministro da Dilma tem a ousadia de defender a entrega do pré-sal nos EUA, batendo de frente com toda a postura pública da Presidente sobre o tema.
Acho perigoso um governo ser enfraquecido, muito a partir de seus erros de conduta em começo de mandato.
O enfraquecimento é tal que um Ministro da Dilma tem a ousadia de defender a entrega do pré-sal nos EUA, batendo de frente com toda a postura pública da Presidente sobre o tema.
Porém, essas críticas não me tornam um tapado. Sou perfeitamente capaz de separar o joio do trigo e enxergar que, mesmo diante das dificuldades e do recuo do governo na política desenvolvimentista, o verdadeiro inimigo do trabalhador é outro.
Enquanto a Força Sindical patrocina, ao lado da FIESP, do PSDB e da mídia, a condução da tramitação da lei de terceirizações (que vai retirar direitos históricos e fundamentais de todos os trabalhadores do Brasil), também patrocina a confecção de imitação de notas de dinheiro com o rosto de Lula e Dilma para serem atiradas no plenário da Câmara no momento da votação do "ajuste do Levy".
Para quem só assiste à Globo, lê a Folha e tutti quanti, por preguiça ou desinformação, acaba por ser feito de trouxa. Isto porque em nenhum noticiário da mídia tradicional o cidadão será informado que foi a Força Sindical que atirou as notas no plenário. Aliás, mesma Força Sindical que soltou hamsters no mesmo Congresso pouco tempo atrás.
Não verá o cidadão telespectador da Globo, leitor da Folha ou ouvinte da CBN (rádio que troca a notícia) nenhuma análise sobre quem é Paulinho, e nem nenhum debate ou questionamento do porque a Força Sindical se enfurece contra as mudanças no tempo do Seguro Desemprego ao mesmo tempo que apoia com todas as "forças" o projeto de terceirização.
Pelo contrário, o que a Globo faz nos seus telejornais é tentar dar um verniz de espontaneidade no ato da Câmara. Como também tentou passar a informação de que os atos de 15 de março e 12 de abril foram "espontâneos", familiares.
Pelo contrário, o que a Globo faz nos seus telejornais é tentar dar um verniz de espontaneidade no ato da Câmara. Como também tentou passar a informação de que os atos de 15 de março e 12 de abril foram "espontâneos", familiares.
Estamos vivendo um momento complicado na política. Nesses momentos complicados é preciso cuidado com as informações ou com posicionamentos apressados e pouco refletidos.
Nesses primeiros 5 meses de governo Dilma, eu me incluo nos quase 70% que rejeitam o governo. Mas ter críticas não significa combater o governo. Eu sou Dilma, mas sou favorável a que Dilma retome rapidamente sua postura da campanha e sou a favor de que o PT e o governo passem a dialogar mais com o povo, fazer o tal "ajuste" mas também sinalizar forte na direção da continuidade de um governo feito para o trabalhador e para o povo.
Com o governo Dilma e com o PT há possibilidade de diálogo, de debate em torno da política. Coisa que é absolutamente impossível de ocorrer num governo tucano, não é professores?
Ricardo Jimenez
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