Nesta tarde de sábado estivemos no salão nobre da Câmara Municipal acompanhando o evento que o PSOL local realizou com a sua militância. Comandando a mesa de trabalhos o candidato a Prefeito pelo partido em 2012, Emílson Roveri e, palestrando, o deputado federal Ivan Valente e a Coordenadora Estadual do MST Kelli Mafort.
O PSOL busca se mobilizar para enfrentar uma dura campanha vindoura, mas que pode servir como palco de luta e divulgação das bandeiras e do programa que o PSOL pretende propor para Ribeirão Preto.
Sempre colaborando, com a sua experiência e conhecimento, com os partidos de esquerda e os movimentos populares da cidade, Kelli Mafort destacou o processo atual de avanço das pautas conservadoras contra os avanços alcançados a partir das lutas populares. Apontou que o próprio governo federal acaba reaplicando no país uma pauta defendida pelo neoliberalismo e que o fortalecimento das lutas populares passa também pela disputa política.
Falando sobre a reforma agrária, Kelli destacou o momento difícil pelo qual passam as cerca de 120 mil famílias acampadas a espera de serem assentadas. Em 2015, apenas 3 mil famílias foram efetivamente assentadas. " Infelizmente, em termos de reforma agrária, o governo Dilma só não é pior que o governo Collor", destacou. Mas Kelli pontuou que as lutas populares e das forças progressistas e de esquerda devem ter o discernimento político da atualidade, que o inimigo é a direita, e lembrou que a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo realizarão mobilizações em março, com a pauta contra o impeachment, contra a reforma da previdência, contra a ajuste fiscal e contra a retirada dos direitos sociais.
Ivan Valente iniciou sua fala destacando a luta pela saída de Eduardo Cunha: "Foi o PSOL o protagonista do movimento pelo afastamento de Cunha, que envergonha o parlamento. fizemos isso porque nunca aceitamos financiamento empresarial, não temos rabo preso com ninguém". Destacou que o governo, diante da crise interna e da crise externa, ao invés de procurar um caminho diferente que se alinha às lutas progressistas acaba buscando como saída aprofundar a agenda neoliberal.
Já a oposição, destacou, mostra-se incapaz de propor uma agenda para o país, além da pauta do impeachment, e só mostram como saída aumentar ainda mais o ajuste fiscal já aplicado pelo atual governo. Disse que a proposta da reforma da previdência só serve como sinal de agrado ao 'mercado' e que é preciso combater essa agenda defendendo um Estado mais democrático e transparente, com instrumentos de controle social.
Ivan destacou a importância do PSOL no debate político e as dificuldades que são criadas pela direita para tentar afastar os candidatos do partido dos debates eleitorais, "com uma reforma política totalmente regressista aos partidos de esquerda e populares". Mas também apontou que a proibição das doações empresariais que valerá este ano pode ser uma boa novidade que o partido pode explorar: "temos uma coisa que a direita não tem, militância, base social, eles só sabem fazer campanha com dinheiro", concluiu.
No próximo sábado, 14h, no espaço Ribeirão em Cena, o PSOL fará novo encontro programático, debatendo educação. O Calçadão estará presente.
Ricardo Jimenez
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