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domingo, 3 de abril de 2016
Defender o golpe é estar ao lado de Cunha. Ponto final!
Grande parte da mobilização anti-golpe, que não para de crescer, se deve ao perfil dos golpistas.
Demorou um pouco, mas o oportunismo político explícito no rosto de um Aécio, de um Serra, de um Gilmar, de um Temer, da Globo, Estadão, Folha et caterva, acabou gerando um sentimento legítimo de repulsa na sociedade brasileira não contaminada pelo ódio proto-fascista do Revoltados Online e sua turma com camisa da CBF.
É absolutamente claro para todo mundo agora a intenção por detrás de um golpe político travestido de impeachment: retomar o poder central sem precisar passar pelo voto e reimplantar por aqui o modelo neoliberal nu e cru, modelo este, liderado pelo PSDB, rejeitado nas urnas quatro vezes seguidas.
É absolutamente claro para todo mundo agora a seletividade partidária do juiz de Curitiba e sua falsa campanha de combate à corrupção na tela do Jornal nacional.
Mas de tudo isso, se eleva uma figura ainda mais bizarra. Um preposto do sistema corrupto, que quer se perpetuar no país, colocado na cadeira de Presidente da Câmara dos Deputados para representar seus interesses.
Eduardo Cunha é uma excrecência. Cabe a ele conduzir um processo de impeachment sem que haja crime de responsabilidade contra a Presidente Dilma. É um escândalo!
Acusado de ser dono de mais de 20 contas no exterior para operar os recursos da corrupção em Furnas, na Petrobrás, no raio que o parta. Um político sem escrúpulos, que maneja o terceiro cargo da República em benefício próprio para atrasar investigações que se processam contra ele.
Protegido pela mídia e beneficiado pela lentidão do STF, Cunha quer tocar o processo de derrubada de Dilma à toque de caixa. Quer colocar a votação num domingo, para facilitar a vida da mídia e dos aglomerados proto-fascistas que vão lotar a frente do congresso de camisas da CBF. Quer expôr os nomes e base política dos deputados contrários ao processo (só falta fazer como Lobão e entregar o endereço de cada um para os latidos da malta coxinha).
Cunha é o representante maior de um sistema político apodrecido por uma relação promíscua entre política e grana empresarial. Cunha é a cara de todo o esquema golpista, todos têm a cara de Cunha.
Diante disso, estar ao lado do golpismo travestido de impeachment é, hoje, estar ao lado de Cunha. Ponto final.
Não significa apoiar Dilma ou Lula, longe disso. Dilma faz um governo ruim desde 2013 e pecou muito desde que assumiu o segundo mandato. Mas daí a apoiar a sua queda sem que haja provas de crime é de uma distância abissal.
A luta anti-golpe ganha força justamente porque ela é bem mais ampla do que a defesa de Dilma ou de Lula. O movimento anti-golpe está além disso, está na defesa da democracia contra o que há de pior na política.
Quem luta em defesa da democracia e contra o golpe sabe que o grupo político-midiático que pretende assumir o país representa de fato a corrupção e o atraso. São forças políticas que já estiveram no poder e jamais se incomodaram com a absurda desigualdade social brasileira.
As forças que combatem o golpe reconhecem que o futuro do país só será justo com inclusão social e reconhecem que isto foi feito nos últimos anos, sem abrir mão da crítica contundente ao atual governo e ao anterior, que conviveram de maneira vil com o sistema podre de financiamento de campanhas.
Aqueles que lutamos contra o golpe, queremos que Dilma complete seu mandato e que um novo debate eleitoral se dê em 2018, de maneira limpa e democrática. Defendemos o fim do financiamento empresarial de campanhas e que todos sejam investigados dentro da lei.
Nunca foi tão fácil tomar lado em uma batalha. "Não vai ter golpe' é o grito histórico que vai ecoar por muitos anos na garganta dos democratas que ousaram enfrentar um golpe político-midiático e mostrar que no Brasil de hoje não há mais senhores e servos, não há mais donos.
Que o golpe seja derrotado, que a democracia seja respeitada e que o futuro do país seja grandioso, construído pelo seu povo livre.
Ricardo Jimenez
Arrepiei! Parabéns pelas sensatas palavras, Ricardo Jimenez
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