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terça-feira, 19 de abril de 2016

LUGAR DE MULHER NÃO É NA POLÍTICA? Por Leonardo Sacramento




A Veja fez uma reportagem com Marcela, a esposa do Temer.
A reportagem explicita um conjunto de preconceitos contra a mulher. É assustador a explicitação do papel que a revista destina à mulher.
Recentemente os estudantes do 5º A da EMEF Paulo Freire, no bairro Heitor Rigon, fizeram uma pesquisa com as mães, tias, primas e irmãs sobre machismo, na semana do 8 de março.
Esse bairro é literalmente esquecido pelas políticas públicas oficiais, não tem escola suficiente, não tem posto suficiente, não tem praça, não tem lazer, não tem absolutamente nada. É um bairro desprovido de Estado.
Uma das perguntas da pesquisa foi se a mulher sofria preconceito na política.
Duas mães de 25 entrevistadas responderam não, e usaram como exemplos a prefeita e a presidente ou presidenta, demonstrando que o autorreconhecimento é fundamental (independente da posição política pessoal sobre elas).
Os xingamentos a Darcy Vera e Dilma nas redes sociais demonstram a misogenia e o machismo (boca de cabrita, vagabunda, vaca etc.). Todos os xingamentos que registro objetivam explicitar que ambas são mulheres, como se fosse, a priori, ruim. Todos os xingamentos são ligados à estética fora do padrão ideal ou indicam um comportamento sexual "incompatível com o que se espera de uma boa mulher do lar", bom termo defendido pela pasquim de direita.
Denotam que ambas não deveriam estar na política por serem mulheres. Simples assim.
As entrevistadas restantes responderam afirmativamente, que a mulher sofre preconceito na política. Justificaram que "os homens pensam que não temos capacidade, que devemos ficar em casa".
A publicação e as redes sociais corroboram a análise das mães, tias, primas e irmãs de um bairro esquecido em Ribeirão Preto.

Leonardo Sacramento é professor e Secretário Geral da Aproferp

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