E lá vai ele, 20 contas no exterior, grana de propina capaz de eleger a si e mais uma bancada pessoal de 60 deputados, manobras e mais manobras usando o terceiro cargo da República para benefício próprio.
Ele é Eduardo Cunha, ícone maior do apodrecimento da política brasileira engolida pela relação promíscua com o dinheiro empresarial.
Ele é parceiro número 1 da Globo, parceiro número 1 do PSDB, parceiro número 1 dos coxinhas zona sul que saem às ruas com camisa da CBF, parceiro número 1 do vice que conspira contra a democracia.
Sob o olhar de omissão do Supremo Tribunal Federal, que até agora faz jus à crítica de Lula, acovardado diante de um proto-fascismo midiático imposto goela abaixo do país e das instituições, Eduardo Cunha vai seguindo seu golpe contra Dilma e construindo a sua absolvição na Comissão de Ética da Câmara.
Desde dezembro o STF posterga por em votação o pedido da Procuradoria-Geral da República de afastá-lo do cargo por corrupção e manipulação do mesmo. Nada acontece. Chega-se ao cúmulo de deixar o crápula, em tabelinha com a Globo, de montar um circo no próximo domingo, colocando milhares de vidas em risco no gramado em frente ao Congresso.
Nós já viemos dizendo sobre o golpe e sobre o absurdo de se ter Cunha na Presidência da Câmara faz tempo, mas agora o golpe e o escancaramento do escracho com a democracia estão fazendo muitos acordarem.
Mesmo a Lava Jato, que também dizíamos aqui que era apenas um braço do golpe voltado contra o PT e Lula, agora também aparece mais transparente aos olhos de muitos. Semana passada, ao saber que o PP havia firmado posição pró-Dilma, a 'força-tarefa ' do xerife de Curitiba tratou de montar mais uma operação midiática, dessa vez o alvo era membros do...PP. Ou seja, o senhor Moro operando na política chantageando o partido e forçando-o a ir para o golpe, como ocorreu.
E agora, diante da possibilidade do golpe, o xerife já fala em 'encerrar a Lava Jato'.
Seja qual for o resultado de domingo, e eu espero que o governo consiga os 172 votos, a luta não acabará. Estamos vivendo um momento histórico onde uma parte podre da elite e da política resolveu tomar para si de volta ao poder após 4 vitórias seguidas do PT.
Momentos assim são difíceis mas importantes, pois ninguém conseguirá interromper essa unidade em torno da democracia que está crescendo. Um provável governo Temer, que espero não aconteça, uniria ainda mais esse movimento.
Infelizmente essa luta será longa, pois não há no horizonte possibilidade de um acordo de estadistas capaz de devolver o Brasil ao seu rumo democrático. Se é assim, nós temos a responsabilidade de lutar, dia a dia, em homenagem aos milhares de homens e mulheres que nos precederam na luta, em momentos ainda mais difíceis do que esse.
O povo brasileiro é um resistente e não aceitará que canalhas cheguem ao poder central do país sem que seja pelo voto.
Não vai ter golpe, mas se tiver vai ter luta, muita luta!
Ricardo Jimenez
Nenhum comentário:
Postar um comentário