Todos se lembram bem. Domingos com suspensão do futebol para que a emissora carioca pudesse transmitir as 'manifestações' coxinhas contra Dilma e o PT ao vivo durante o dia todo com a apoteose na Paulista cheia de gente vestida com camisas da CBF-Nike.
Ali, naquelas transmissões, a emissora destacava a presença de 'famílias inteiras' num 'ambiente de festa pela democracia'. Eram omitidos todos os movimentos que pediam a volta da ditadura, os cartazes que pediam a morte de Dilma ou os tumultos causados quando uma horda fascista partia para cima de um desavisado que aparecesse vestido com uma camiseta vermelha.
Mas eis que o golpe se consuma e a emissora volta a dar as cartas no Palácio do Planalto. Aí o 'jornalismo' muda.
Aliás, como mudou da noite para o dia em 2013. No começo, quando o PSOL liderava as marchas, a emissora destacava os blackblocks, os vândalos infiltrados que fazem o trabalho da direita. O comentarista-cineasta Jabor fez um pronunciamento desancando as marchas.
Dois dias depois a coisa muda. As marchas começam a ser dirigidas pelos coxas 'apartidários' e o fora Dilma cresce. Jabor muda o discurso, elogia as marchas e vê um 'futuro maravilhoso nascido das ruas'.
Pois é...
Agora é a mesma coisa. Os atos Fora Temer tendem a crescer se nada for feito. Então a emissora carioca mais uma vez busca ditar a narrativa dos acontecimentos. Seus telejornais escondem a natureza dos atos Fora Temer e destacam a 'ação dos vândalos que quebram vidro de banco'.
Entrevistas armadas dão ao usurpador a chance de reforçar a narrativa em horário nobre.
Essa é a realidade de um Brasil cuja comunicação, a mídia, é monopolizada e controlada por uma elite anti-nacional e anti-popular.
Mas Temer terá que cumprir sua missão, missão que a própria emissora, defensora de interesses estrangeiros, cobra do Presidente usurpador. A agenda neoliberal de desmonte do Estado vem aí e esse será o tônico para o fora Temer crescer a despeito da emissora.
Esse é o papel dos movimentos envolvidos na pauta Fora Temer, ganhar o coração das massas e isolar a tática blackblock, que não se sabe de onde vem, mas se sabe a que serve.
Talvez Jabor em algum momento reapareça para 'vislumbrar' um futuro. A aguardar.
O Calçadão
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