247 – A presidente afastada Dilma Rousseff bateu duro contra a PEC 241, que congela por 20 anos os gastos públicos do País, durante entrevista concedida nesta quinta-feira 13 à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul.
Dilma rebateu a fala do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), que disse que "quem não tem dinheiro, não estuda". "Ao contrário do que disse aquela liderança do governo, que quem não tem dinheiro não tem que ter educação, quem não tem dinheiro tem que ter educação de qualidade, para que o País possa crescer", afirmou Dilma.
Para ela, caso seja aprovada a PEC do governo Temer, "vai ser um retrocesso grave para o Brasil". Ela ressaltou ainda que haverá "consequências gravíssimas" com a aprovação da proposta. "Não tem gasto a mais na Educação, não tem gastança. Nós gastamos menos do que na Argentina ou no Uruguai, por exemplo, em termos proporcionais", contestou Dilma sobre o discurso governista.
Ela destacou que "todo o esforço" feito nos últimos 13 anos pelos governos do PT de incluir milhões de pessoas e de fazer com que essas pessoas mudem de vida através da renda, necessita de investimento, uma vez que essas pessoas "precisam ter uma melhoria na educação para ter esse ganho de renda permanente".
"Da forma como ela está, vai se transformar na PEC do Mal, na PEC contra os pobres. Porque ela é uma PEC que pretende durar 20 anos. Então em 2036 ainda vai promover seus efeitos. Então os investimentos nas áreas de saúde e educação vão cair progressivamente em relação ao crescimento da economia, do PIB, pelos próximos 20 anos. O gasto per capita também vai cair, pois a população vai aumentar em 20 milhões nesse período. E também nas outras áreas, Cultura, Direitos Humanos... os recursos minguarão", acrescentou.
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