247 - A primeira participação eleitoral do partido Rede Sustentabilidade, cuja grande estrela política é Marina Silva, frustrou expectativas nas urnas e provocou divergências públicas na legenda. Chefiados pelo antropólogo Luiz Eduardo Soares, sete dos fundadores deixaram o partido, que eles dizem estar sem rumo.
Em
carta aberta nesta segunda-feira 3, Soares criticou o autoritarismo de Marina e afirmou que a Rede deve ter uma "inflexão para o centro político, indiscutivelmente conservador" em 2018, quando a ex-senadora poderá disputar novamente a presidência.
A Rede lançou candidatos em 820 cidades, mas só conseguiu eleger os prefeitos de cinco municípios, sendo Cabo Frio (RJ), com 186 mil habitantes, o maior deles. O partido só está no segundo turno em uma capital, Macapá (AP). Entre os 3.449 candidatos a vereador da legenda, apenas 180 tiveram êxito. "Nenhum deles em grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte — câmaras onde calculavam obter entre um e dois vereadores, que trariam projeção à agenda do partido", conforme reportagem de O Globo.
"A aposta era que Marina Silva, que em 2014 obteve 22 milhões de votos, atraísse um apoio massivo para a legenda. Não funcionou. Em sua nota pós-eleitoral, a própria direção da Rede reconheceu que seu resultado não é "numericamente relevante".
— Havia uma expectativa grande de que Marina saísse do pleito melhor do que entrou. Mas ela sai menor por causa da confusão de seu posicionamento político — explica um consultor político da Rede.
A derrocada nas urnas começou a se formar em abril, quando a ex-senadora mudou repentinamente de posição e passou a apoiar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, dividindo opiniões dentro do partido. Dos quatro deputados federais da Rede, dois votaram pelo afastamento da petista e dois foram contrários. O único senador do partido também discordou de Marina. A inconsistência de posicionamento abriu flancos para críticas tanto da esquerda quanto da direita."
Outro novato, Novo foi melhor
Outra novidade, o partido Novo acabou com um desempenho bem mais expressivo nas urnas. Enquanto a Rede Sustentabilidade teve apenas 43 mil votos para vereador em São Paulo, o outro neófito arrebatou quase 141 mil e conseguiu eleger um vereador. A legenda obteve ainda cadeiras em outras quatro capitais: Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio.
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