O golpismo não é um bloco único, tem várias subdivisões.
Tem o fisiologismo do PMDB, tem o oportunismo do PSDB, tem os ambiciosos do MPF, tem a mídia e suas pretensões político-econômicas e tem os vaidosos da Justiça.
Todos juntos operaram o impeachment de uma Presidente honesta, sem provas de crime de responsabilidade, a raiz da crise de legitimidade que vivemos hoje.
No dia a dia, cada ponta do golpismo age por conta própria e se enfrentam continuamente, na bagunça que se estabeleceu na democracia brasileira.
Mas permanece um ponto de convergência entre todos eles: os interesses do 'mercado'.
Acima de tudo, o golpe foi pelo pré sal, foi para a reimplantação da agenda neoliberal.
E a agenda neoliberal tem uma prioridade máxima: a PEC que congela os gastos primários por 20 anos, abrindo espaço para tornar o Brasil uma máquina de pagar juros aos rentistas.
O congelamento dos orçamentos públicos por 20 anos (o governo federal pressiona para que Estados e municípios também congelem gastos primários), incluindo saúde e educação, garante a realização de superávits primários faça chuva ou faça Sol.
É o paraíso dos rentistas. É a mesma política que tem esfacelado a Europa e seu Estado de Bem Estar Social. A vítima do momento é a Itália.
A gambiarra jurídica criada ontem pelo STF para manter Renan no poder, e que foi negociada com a interferência de alguns 'ministros' do próprio Supremo, foi para que a agenda de votação da PEC seja garantida no Senado, simples assim.
A situação é grave quando o poder garantidor da lei passa a fazer política.
O afastamento de Cunha foi adiado para não atrapalhar o calendário do golpe do impeachment, agora cria-se uma saída jurídica para não atrapalhar o calendário do golpe da PEC.
E vem aí o golpe da Previdência, o golpe contra a CLT, o golpe da privatização dos bancos públicos, o golpe da entrega do pré sal, pois o golpe é contra o Brasil e o seu povo.
Caminhamos para um caos social, econômico e político com consequências imprevisíveis tendo mais uma vez um STF anão a chancelar a barbárie.
Ricardo Jimenez
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