A relação promíscua entre público e privado tornou a política brasileira um verdadeiro lamaçal mal cheiroso.
O ideal público e republicano da lugar ao patrimonialismo e ao clientelismo.
Se isso já era comum dentro de um governo do PT, de inspiração social e trabalhista, devido às pressões de uma ampla base social e militante, imagina em um governo do PMDB/PSDB, comprometido até a raiz com os interesses das castas abastadas e rentistas daqui e lá de fora.
Um governo instituído sem o voto popular, comprometido apenas com quem financiou o golpe e financia a existência política de suas lideranças, sente-se livre para investir contra os direitos do povo e defender os interesses de grupos privados e estrangeiros.
Ao reintroduzir no país uma agenda neoliberal, o desgoverno Temer, da dupla PMDB/ PSDB e demais penduricalhos, não está sendo 'liberal', até porque o liberalismo clássico inexiste neste capitalismo financeiro atual.
Ao reinstituir a política do 'Estado mínimo', reaplicando preceitos do período FHC, o desgoverno atende somente interesses de nichos de grupos privados e estrangeiros, os clássicos cartéis capitalistas, em detrimento da exclusão, adoecimento e morte de grande parte da população trabalhadora e da extinção de um projeto nacional de desenvolvimento.
É assim na entrega do pré sal, transferindo 200 bilhões de barris em jazidas e a possibilidade de criar uma completa cadeia produtiva nacional para as multis internacionais.
É assim na proposta de reforma da Previdência, transferindo milhões de pessoas para as seguradoras privadas, que lucrarão bilhões, e condenando à doença e à morte outros milhões que dependem de seus benefícios ou que não conseguirão se aposentar.
É assim na proposta de redução do SUS feita por um Ministro que tem ligação com planos privados. Sem o SUS, empresários da 'saúde' lucrarão bilhões e milhões de brasileiros, que dependem do SUS, ficarão desatendidos em sua saúde.
É assim na proposta de reforma da educação, feita por um ministro com ligações com o setor de educação particular. A atual reforma do ensino médio associada ao congelamento de investimentos por 20 anos, ao enfraquecer ainda mais o ensino público e empobrecer os professores, só beneficia as escolas e os cursinhos particulares que vivem de explorar o vestibular decoreba que predomina no Brasil.
Cria-se uma educação para pobre, com cursos de pedreiro, mecânico e jardineiro, e reserva-se a universidade para os ricos, como sempre foi.
Tudo isso é completado com a proposta de PEC da Morte, que congela os orçamentos públicos por 20 anos para despesas primárias, como saúde e educação, enquanto libera geral para o pagamento indecoroso dos juros aos rentistas.
É a consagração do 'Estado mínimo' para o trabalhador, jogando milhões na exclusão, e do 'Estado máximo' para quem vive de juros e para empresários que vivem de explorar nichos de mercado criados pela ausência do setor público.
Não podemos permitir que um desgoverno ilegítimo e que um grupo golpista anti-nacional e anti-popular promovam esses retrocessos.
Diretas, já!
O povo quer votar em um projeto que passe pelas urnas!
Ricardo Jimenez
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