Diferente do que ocorreu no caso do 'mensalão', em 2005, onde o golpismo buscou tornar o caixa dois objeto de crime de responsabilidade para cassar Lula e o PT, terminando por condenar sem provas José Dirceu e arruinar a saúde de um lutador inocente como José Genoíno, agora a estratégia de Moro/Mídia é criminalizar o caixa um.
Ou seja, o argumento da República de Curitiba é que as doações legais feitas pelas empreiteiras, o caixa um, é na verdade propina acertada previamente entre políticos e empresários. Assim, não importa a origem do dinheiro que financiou ou financiará as campanhas petistas, tudo é crime e pronto.
A despeito da podridão do financiamento empresarial de campanhas, verdadeira raiz da corrupção no Brasil, o estratagema de Curitiba tem um único alvo, Lula e o PT. Toda a argumentação do pedido de cassação da chapa Dilma-temer no TSE tem base neste argumento.
Mas eis que tudo tem o lado B, o inesperado, o efeito colateral.
Dos processos de tortura, ops, de delação premiada feitos em Curitiba, vez ou outra surge o bico e o rabo de uma ave bonita, um tucano. E apesar das enormes tentativas de esconder a ave, alguma coisa acaba escapando do controle.
Está mais do que provado que as mesmas empreiteiras que financiaram o PT também financiaram o PSDB, às vezes com mais recursos. Nas planilhas de doações constam nomes de todos os partidos e há inclusive pedido de dinheiro realizado dentro do Palácio do Jaburu feito pelo então vice Presidente, do PMDB.
Mas eis que uma das coisas que escapuliu das delações é esta: a campanha de José Serra em 2010 foi irrigada com 23 milhões de reais pagos em uma conta no exterior, na Suíça.
Bom, neste caso, o argumento de caixa dois ou caixa um tanto faz, a ilegalidade está em receber dinheiro no exterior para uma campanha no Brasil. Crime que pode levar à cassação da legenda.
Fica a pergunta: vão abrir um processo contra o PSDB ou mais uma vez não vem ao caso?
Blog O Calçadão
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