Fotos: Filipe Peres |
Por Cláudia Benedetti (Setorial de
Mulheres do PSOL Ribeirão Preto)
A
esquerda foi pauta da mesa de debates promovida pelo PSOL no último sábado, dia
18 de março. Com a presença da vereadora da cidade de São Paulo, Sâmia Bonfim, o
partido conduziu uma discussão muito pertinente sobre os rumos da esquerda no
país e os desafios para compor a unidade das lutas que são urgentes para o
campo progressista. A mesa, composta por Sâmia Bonfim, Cláudia Benedetti e
Estevan Martins, apresentou inicialmente o fortalecimento da Setorial de
Mulheres do PSOL que, junto a vários coletivos feministas da cidade, vem
desenvolvendo atividades e manifestações significativas, destacando que o
movimento e a luta contra as opressões do machismo compõem o programa
constitutivo do partido. Mais do que resistência, o PSOL é um partido que
combate diretamente o machismo, o racismo e a LGBTfobia, apontei, como
representante da Setorial de Mulheres.
O
objetivo do evento era também apresentar as propostas do partido para a cidade,
neste sentido, houve uma breve exposição sobre o surgimento do PSOL, há pouco
mais de dez anos, em um momento histórico muito semelhante ao que vivenciamos
agora. À época, como pontuou Estevan Martins, o PSOL emerge justamente porque contrapunha-se
à reforma da previdência aprovada para o setor público, com a retirada de
direitos duramente conquistados. Por isso, o PSOL opõe-se veementemente contra
as Reformas da Previdência e Trabalhista do governo Temer, que pretendem, sem
nenhum debate, sem nenhuma consideração à classe trabalhadora, impor medidas
que não só limitam direitos, mas que significam um retrocesso incomparável para
trabalhadoras e trabalhadores de todos os setores.
Samia Bonfim |
Em sua fala, a principal convidada da noite, Sâmia Bonfim, abordou justamente a Reforma da Previdência, principalmente em seus efeitos sobre os direitos das mulheres. A proposta de igualar o tempo de aposentadoria entre homens e mulheres não considera a tripla jornada da mulher que, em uma sociedade machista, tem em seu trabalho com a casa e os filhos a usurpação de um valor que não é calculado, mas que muito contribui com o processo de produtivo e a geração de riquezas. Portanto, o tempo menor para aposentadoria da mulher não é um benefício e sim uma, ainda injusta (visto que a mulher ganha até 30% menos que os homens exercendo a mesma função), compensação pela riqueza gerada indiretamente com o trabalho não remunerado de mãe e dona de casa. Sâmia destaca que, por exemplo, uma professora de educação básica terá que trabalhar cerca de 400% a mais se a Reforma da Previdência for aprovada!
Ao
final das falas, a mesa abriu o debate para perguntas e intervenções dos
presentes, consolidando uma discussão muito rica sobre os rumos da esquerda, a
necessidade de unidade e, principalmente, as estratégias necessárias para reconquistar
a base trabalhadora, aliciada pela mídia corporativa e pelo mercado da fé, que
conseguem atingir de maneira efetiva os anseios da população. Certamente o
debate não foi conclusivo, mas trouxe à tona necessidades reais para a esquerda
e, uma pergunta feita por um dos presentes, foi a que mais demandou reflexão e
a que deixo aqui: O que é ser Socialista hoje?
Abaixo, mais fotos do evento:
Estevan Campos |
Claudia Benedetti |
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