É muito claro que, no mundo, a percepção que se tem é a de que no Brasil um golpe promovido pela casta política fisiológica e corrupta, liderada por Temer, retirou do poder uma Presidenta legitimamente eleita.
O distanciamento que os líderes mundiais dispensam à figura de Temer é reveladora disto.
Dilma, que em nenhum momento de sua caminhada como Presidenta e após sofrer o golpe demonstrou ódio ou revanchismo, discute política e denuncia a ruptura democrática no Brasil em palestras mundo afora. É ouvida e prestigiada.
Por aqui, um Presidente considerado ilegítimo, traidor amarga mais de 80% de rejeição e começa a sentir o gosto amargo da traição.
Colocado no poder a partir de um conluio golpista, em parceria com o PSDB, Temer vai tendo uma derrota acachapante na sua tarefa de entregar uma reforma da Previdência que, na prática e ao gosto das elites e da mídia, acaba com as aposentadoria integrais.
A facilidade de entendimento que este tema permite ao povo e a unidade das forças sindicais e populares vão pressionando a base política de Temer no Congresso que, apesar das pressões e chantagens que a base deve sofrer do sistema golpista, da sinais de que não vai embarcar em um suicídio político às vésperas da eleição de 2018.
Diante desse cenário, ou as forças golpistas partem para o tudo ou nada, acirrando o golpe à la 1964, fazendo de Temer (ou de quem o substituir em uma eleição indireta) um ditador, e jogando o Brasil de novo no caos e no conflito, ou interrompem essa insensatez e permitem uma eleição direta que banhe de legitimidade e democracia o país.
Há pequenos sinais de que os ventos democráticos podem voltar.
Blog O Calçadão
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