O golpe, que se iniciou em 2009 quando o Brasil nacionalizou o pré sal, ganhou força nas marchas de 2013 com narrativa pautada pela Globo e se concretizou no impeachment sem provas de Dilma em 2016, ainda não terminou.
O projeto nacional, a democracia e os direitos estão na mira do rolo compressor golpista.
O projeto nacional foi gravemente ferido com a entrega do pré sal para as multinacionais do petróleo essa semana pelo irrisório valor de 6 bilhões de reais (enquanto o governo Temer/PSDB gastou 32 bilhões para conquistar votos na Câmara).
A democracia está sob risco do golpe do parlamentarismo, que coroaria a vitória do clientelismo, do patrimonialismo e do fisiologismo sobre as esperanças do povo brasileiro, que estaria definitivamente excluído da decisão sobre quem governa o Brasil.
E restam os direitos, os direitos humanos em todas as suas facetas. Estão ameaçadas as liberdades e garantias individuais, estão ameaçados os direitos que garantem o princípio da igualdade, como a educação, a saúde e a previdência públicas. Estão ameaçados os direitos que buscam o princípio da solidariedade, com retrocessos dramáticos na questão da mulher, na questão da igualdade racial, na questão da criança e do adolescente, na questão do idoso, na questão LGBT, na questão ambiental.
O conluio golpista está firme e ativo, na política, no judiciário e na mídia.
As forças progressistas ainda não conseguiram dar respostas firmes contra o golpe, nem mesmo construir uma agenda conjunta de peso.
Lula busca se fortalecer nas caravanas e o PT busca construir uma plataforma política com o projeto Brasil que o Povo Quer. De outro lado, Ciro Gomes mantém sua caminhada para construir uma candidatura presidencial pelo PDT. E também outros setores à esquerda, cujo elo mais forte é o PSOL, tentam construir um projeto, que pode ter Boulos como candidato.
Os movimentos sociais e centrais sindicais estão no limite das forças e presos em uma agenda de resistência cujos ataques ocorrem em muitas frentes.
Está todo o campo progressista pouco articulado e fracamente capacitado a dialogar com o seio das massas propondo uma pauta construtiva.
O golpe, neste momento, nada de braçada.
Ricardo Jimenez
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