Páginas

domingo, 1 de outubro de 2017

Precisamos sair da defensiva e confrontar o discurso reacionário!


Não há dúvidas que o atual movimento reacionário, auto-intitulado 'neocon', é aliado ao sistema golpista que hoje dá as cartas no Brasil.

É uma aliança que congrega a porção fisiológica da política, que abraça o recente poder político conquistado pelo evangelismo de business, e o poder neoliberal que possui raízes nacionais e internacionais.


Essa aliança começou com a movimentação neoliberal a partir da nacionalização do pré sal em 2009 e se consolidou no golpe após a vitória de Dilma em 2014. Mas foram as marchas de 2013, adotadas pela Globo, que serviram de palco para esse encontro apaixonante.

A partir de então, um se alimenta do outro.

O poder neoliberal insufla e financia movimentos que disseminam o discurso 'liberal' como mecanismo para abocanhar o que resta das riquezas nacionais, principalmente o já mencionado pré sal.

Enquanto isso, os mesmos movimentos, e outros paralelos, inclusive com caráter de milícias, disseminam o tão conhecido discurso reacionário, historicamente ligado à onda 'anti-corrupção' sempre lançada midiaticamente nos momentos pré-golpe.

A atual onda reacionária ganhou muito volume nos últimos 4 anos, tem reflexo no movimento religioso evangélico, que hoje está muito enraizado nas periferias, e tem reflexo na sociedade como um todo.

Esse volume está fazendo com que as próprias instituições revejam alguns posicionamentos que apontavam para o avanço civilizatório e de consolidação de direitos humanos alcançados a partir da Constituição de 1988.

Um exemplo é a questão da identidade de gênero que está sendo combatida na maioria dos municípios e Assembleias Legislativas e, por pressão de grupos reacionários, tendo as expressões retiradas de planos educacionais e demais documentos públicos que tratem do assunto.

E outros exemplos não faltam. Há movimentos contra as cotas raciais, contra programas sociais de distribuição de renda e contra qualquer coisa que tangencie a temática da diversidade e da inclusão.

E também contra a existência do serviço público e do próprio Estado, com reflexos em governos, nos três níveis, que estão aos poucos cortando as verbas da educação e da saúde públicas e colocando em xeque a existência dos servidores públicos.

O próprio STF, guardião máximo da Constituição, sucumbiu à onda 'liberal' e reacionária, primeiro compactuando com um golpe de um impeachment sem provas e agora cedendo terreno ao 'moralismo' e ao obscurantismo, quando libera o ensino religioso confessional em escolas, rasgando a Estado laico.

Diante dessa onda do discurso 'liberal' e 'moralista' que já ameaça conquistas histórias, nós estamos acanhados, desarticulados e na defensiva.

O primeiro passo para o enfrentamento é a articulação e, depois, o rompimento do posicionamento defensivo para o posicionamento propositivo, entregando esperança e otimismo como antídoto para o ódio, a intolerância e a exclusão..

A tarefa não é fácil, mas não podemos acreditar que uma população capaz de eleger quatro vezes seguidas um programa político que tinha como base a inclusão e a distribuição de renda seja reacionária.

E mais, não podemos acreditar que um povo que é capaz de minimamente se blindar da mídia hegemônica e ainda seguir mostrando que considera Lula uma liderança política confiável, apesar da caçada jurídico-midiática que ele sofre, seja um povo reacionário.

Apesar de todos os erros cometidos e da necessidade de um novo projeto em outras bases, foi o legado dos últimos anos de governos Lula e Dilma que fez com que o otimismo do povo mais crescesse e dele tenhamos, nesse momento, saudade.

Quando vemos Lula liderar as pesquisas apesar da onda reacionária, precisamos acreditar que junto com ele esteja a melhoria da educação pública, do SUS, o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida e também os avanços nas questões LGBT, da inclusão de negros em universidades, na proteção da mulher e outros avanços conquistados em dezenas de Conferências temáticas realizadas e que se desdobraram em políticas públicas.

Está na hora de sairmos da defensiva e confrontarmos o discurso reacionário, confiando na força do povo, antes que seja tarde.

Pois só há um caminho para o Brasil, e para o mundo, que é confrontar o poder do grande capital financeiro e seus filhotes, como o reacionarismo, acreditando que o povo é capaz de compreender que vive em um mundo extremamente desigual e injusto e que este é o principal de nossos problemas.

Ricardo Jimenez




Nenhum comentário:

Postar um comentário