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Na manhã desta quinta-feira, 4 de janeiro de 2018, o Prefeito de Ribeirão Preto Duarte Nogueira (PSDB) fez o balanço de seu primeiro ano de governo.
Segundo o Prefeito, o balanço é positivo: diminuição da dívida com fornecedores e credores, equacionando um rombo de 350 milhões de reais herdado da administração anterior; abertura da UPA do Sumarezinho já em março, retomada da UPA zona Norte e a instalação do AME (em local ainda não definido); programa Atividade Delegada (ainda não aprovado na Câmara) que prevê a contratação de policiais militares em dias de folga para trabalhar para o município; equacionamento do déficit do DAERP, com diminuição dos cargos em comissão e restruturação do atendimento; restruturação da Coderp (acusada de ser cabide de empregos em administrações anteriores) voltando a ser focada em projetos de tecnologia enquanto a Secretaria de Infraestrutura assume os encargos antes sob autoridade da empresa.
Bom, eis aí o balanço feito pelo Prefeito e a sua equipe, que não menciona os enormes embates com os servidores e com setores da sociedade civil em questões fundamentais da cidade.
Vamos ser aqui extremamente pacientes e compreensivos: Duarte Nogueira assumiu uma Prefeitura com enormes problemas, tanto do ponto de vista administrativo quanto do ponto de vista ético. Incompetência e corrupção deixaram a Prefeitura de Ribeirão Preto em situação lastimável.
Qualquer Prefeito que assumisse teria grandes dificuldades em seu primeiro ano.
Dito isso, vamos ao fato: o primeiro ano de Nogueira foi fraco, bem fraco.
Isso nota-se pelo próprio balanço oficial: de concreto, somente as tais 'reduções' de dívidas e 'equacionamentos' de buracos, como no DAERP. Ou seja, houve ajuste fiscal, ponto. O resto é promessa.
O balanço é ruim.
Ruim no que diz respeito à zeladoria da cidade: buracos, vazamentos,falta de água, sujeira em praças e parques etc.
Ruim na gestão da saúde.
O Prefeito gastou seu primeiro ano de mandato insistindo no fechamento da UBDS Central para implantar um AME (a eterna promessa tucana). Uma medida que visava somente a redução de gastos, uma vez que o AME seria gerido pelo Estado (com mão-de-obra terceirizada) enquanto que os recursos da UBDS Central seriam deslocados para a UPA do Sumarezinho. A medida só não foi concretizada graças à luta incessante do movimento contra o fechamento, que envolveu a sociedade no debate.
Ruim na gestão da educação.
Os servidores da educação foram os que mais sofreram com a política privatista e de enfrentamento com os servidores e tentativa de retirada de direitos levada à frente por Nogueira. Projetos como o do 'professor delivery', a entrega da administração de unidades escolares para uma instituição privada e outras medidas que impactam o processo de ensino-aprendizagem fragilizando a profissão docente.
Em suma, a administração Duarte Nogueira não foge á regra das outras administrações que se sucedem na cidade desde 1996, uma vez que nós acreditamos que a administração 1992/1996 (a primeira administração de Palocci) foi a última (e única) que trouxe algumas inovações administrativas que apontavam para a solução de dois grandes entraves: a distribuição de renda e a democratização da cidade.
Lógico que os escândalos de corrupção do governo anterior retiram qualquer possibilidade de comparação com este governo e, apesar da promessa de melhoria administrativa a partir de 2018 (quando Nogueira passa a operar seus próprios orçamentos), a administração Nogueira aponta para mais do mesmo com os agravantes do projeto privatista de cidade e da crise orçamentária nacional que se intensificará com a entrada em vigor do congelamento dos orçamentos por 20 anos (aprovado, inclusive, pelo ex-deputado Duarte Nogueira).
Apesar de ser a 25a cidade mais rica do Brasil, ficando à frente de 15 capitais, Ribeirão Preto é uma cidade com uma das maiores concentrações de renda e índices de desigualdade do país. Além disso, desde 2008 o crescimento das despesas (correntes e de capital) empatam com o crescimento das receitas, o que inviabiliza os investimentos públicos, aumentando os gargalos estruturais da cidade: moradia, mobilidade urbana, saneamento básico, meio ambiente etc.
A pobreza do debate sobre a cidade, visto inclusive no último pleito municipal, que elegeu Nogueira, dificulta a criação de saídas para o município.
Hoje, cerca de 80% da população vive em bairros das zonas norte, leste e oeste, com enormes carências em saúde, educação, moradia, mobilidade, lazer, cultura, esporte, empregos. São mais de 100 núcleos de favelas e ocupações.
Enquanto isso, a especulação imobiliária, aliada aos interesses do poder econômico, transforma um setor da zona sul em uma ilha de prosperidade destinada a poucos privilegiados.
Ribeirão Preto é hoje uma cidade excludente, feita para os mais ricos, para os automóveis. É uma cidade torta do ponto de vista do crescimento da malha urbana. Uma cidade com um centro decadente e uma periferia abandonada. Uma cidade com poucos espaços de efetiva participação popular e insustentável ambientalmente (o próprio Aquífero Guarani é ameaçado na Proposta de Plano Diretor).
A tendência daqui para frente é uma administração Nogueira ainda mais concentradora e voltada para a privatização da coisa pública, contando com uma Câmara de Vereadores ainda incapaz de liderar um debate de cidade que saia do eterno rame-rame da manutenção dos currais eleitorais à base do assistencialismo patrimonialista.
Blog O Calçadão
Em suma, a administração Duarte Nogueira não foge á regra das outras administrações que se sucedem na cidade desde 1996, uma vez que nós acreditamos que a administração 1992/1996 (a primeira administração de Palocci) foi a última (e única) que trouxe algumas inovações administrativas que apontavam para a solução de dois grandes entraves: a distribuição de renda e a democratização da cidade.
Lógico que os escândalos de corrupção do governo anterior retiram qualquer possibilidade de comparação com este governo e, apesar da promessa de melhoria administrativa a partir de 2018 (quando Nogueira passa a operar seus próprios orçamentos), a administração Nogueira aponta para mais do mesmo com os agravantes do projeto privatista de cidade e da crise orçamentária nacional que se intensificará com a entrada em vigor do congelamento dos orçamentos por 20 anos (aprovado, inclusive, pelo ex-deputado Duarte Nogueira).
Apesar de ser a 25a cidade mais rica do Brasil, ficando à frente de 15 capitais, Ribeirão Preto é uma cidade com uma das maiores concentrações de renda e índices de desigualdade do país. Além disso, desde 2008 o crescimento das despesas (correntes e de capital) empatam com o crescimento das receitas, o que inviabiliza os investimentos públicos, aumentando os gargalos estruturais da cidade: moradia, mobilidade urbana, saneamento básico, meio ambiente etc.
A pobreza do debate sobre a cidade, visto inclusive no último pleito municipal, que elegeu Nogueira, dificulta a criação de saídas para o município.
Hoje, cerca de 80% da população vive em bairros das zonas norte, leste e oeste, com enormes carências em saúde, educação, moradia, mobilidade, lazer, cultura, esporte, empregos. São mais de 100 núcleos de favelas e ocupações.
Enquanto isso, a especulação imobiliária, aliada aos interesses do poder econômico, transforma um setor da zona sul em uma ilha de prosperidade destinada a poucos privilegiados.
Ribeirão Preto é hoje uma cidade excludente, feita para os mais ricos, para os automóveis. É uma cidade torta do ponto de vista do crescimento da malha urbana. Uma cidade com um centro decadente e uma periferia abandonada. Uma cidade com poucos espaços de efetiva participação popular e insustentável ambientalmente (o próprio Aquífero Guarani é ameaçado na Proposta de Plano Diretor).
A tendência daqui para frente é uma administração Nogueira ainda mais concentradora e voltada para a privatização da coisa pública, contando com uma Câmara de Vereadores ainda incapaz de liderar um debate de cidade que saia do eterno rame-rame da manutenção dos currais eleitorais à base do assistencialismo patrimonialista.
Blog O Calçadão
Teve nota 3
ResponderExcluirNa Educação deixou de atacar a demanda por vagas. Existiam 10 unidades escolares 5 com convenio estadual e 5 com federal, e para não inflar a folha de pagamento, optou por apenas 3 unidades de ensino infantil e viu sua secretaria se rebelar e ir embora. Não realizou processo emergencial para compra de uniforme e material pedagógicos e precarizou a alimentação escolar.
Na saúde , viu a demanda crescer cada vez mais tentou trocar UBDs por AMEs e tentou terceirizar o serviço da saúde o que vai tentar fazer com ensino infantil quando tiver unidades escolares construidas.
Quanto a infra estrutura, maquiou a estatística dos buracos que passam dos 10mil, não existe mais empresa de cata galho e a cidade esta mais suja.
Quanto a Assistência Social o ex promotor não tem menor dialogo com a sociedade organizada, conselho tutelar e outras secretárias e seus projetos estão longe da necessidade das comunidades.
A respeito da transparência o municipio engatinha, melhorou minimamente na administração direta mas continuam a caixa preta na CODERP COHHAB TRANSERP.
Não deu andamentos nos Planos tão importante para a Cidade Plano Diretor, Saneamento Básico e Plano Municipal da Educação. Estes que atribuem metas quantitativas e qualitativas para os próximos 20 anos e assim o prefeito administra a cidade com políticas publicas com caráter meramente político.
Esporte, A Cava do Bosque teve interditada durante o ano e não apresentou melhoras.
Cultua em uma cidade política, existe por meio de abnegados da sociedade, matrizes sobre a historia negra de nossa região e artistas plásticos da cidade e região foram enterradas.
Falta muito para estar mais ou menos.