Boi de piranha |
Enquanto o sistema golpista mantém o discurso histérico e manipulador de depreciação da política, que criou e alimenta Bolsonaro, o próprio sistema vai tratando de garantir a sobrevivência de seu real candidato, aquele que vai carregar a bandeira neoliberal e entreguista e que terá o apoio do rentismo: Geraldo Alckmin.
O sistema golpista é complexo, tem suas diferenças no campo político, jurídico e financeiro, mas tem um objetivo comum: derrotar as forças populares e reimplantar o neoliberalismo.
O governo Dilma caiu, Lula está preso, o campo popular está nas cordas e o sistema democrático, incluindo as instituições democráticas, está coagido e garroteado pelo golpe.
O discurso falso e manipulador anti-corrupção deu o tom do processo e se mantém, mantendo vivo o caldo que deu vida e força a Bolsonaro. Até quando, não se sabe, mas está sendo um instrumento efetivo para o golpe.
Ao mesmo tempo, o sistema constrói outras narrativas, que passam pelos caminhos de Álvaro Dias e Marina, como herdeiros do processo chamado, malandramente, de 'nova política', mas que se fundamentam mesmo na construção de um candidato viável no campo tucano, os verdadeiros representantes das forças do capital e do poder de São Paulo.
Nessa construção, que beneficiará Geraldo Alckmin, que já costurou importantes apoios no Estado, incluindo o PSB de Márcio França e o Solidariedade de Paulinho e, agora, Aldo Rebelo, é fundamental que Aécio pague o pato.
Por quê?
Porque Aécio, aquele que, junto com Temer e Eduardo Cunha, iniciou o golpe a partir da não aceitação da derrota em 2014, caiu em desgraça com a descoberta de suas sujeiras e hoje serve perfeitamente ao sistema golpista como narrativa de que 'todos são atingidos'.
Ao desgraçar Aécio, o sistema tem o trunfo perfeito para manter Lula na prisão e fazer parecer que o processo de caça às bruxas brasileiro é isonômico.
O 'mineirinho' sabe disso e já está somatizando a perspectiva do sarrafo que vem pela sua frente.
O 'mineirinho' sabe disso e já está somatizando a perspectiva do sarrafo que vem pela sua frente.
E a blindagem de Alckmin no STJ mostrou que a parte paulista do golpe é forte e já tem o seu candidato, a não ser que, como acredita Paulo Henrique Amorim, o João Dória tenha mesmo colocado o PSDB paulista debaixo de braço.
Ricardo Jimenez
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