Em seu manifesto divulgado esta semana, o Presidente Lula foi explícito em relação ao golpe que o mantém como preso político para que ele não dispute as eleições de 2018: "Tudo isso me leva a crer que já não há razões para acreditar que terei Justiça, pois o que vejo agora, no comportamento público de alguns ministros da Suprema Corte, é a mera reprodução do que se passou na primeira e na segunda instâncias (...) É dramática e cruel a dúvida entre continuar acreditando que possa haver Justiça e a recusa de participar de uma farsa."
Ao mesmo tempo em que deixa claro para o Brasil e para o mundo a farsa e a perseguição do golpe contra ele, Lula sabe que é a vítima principal porque também é a maior liderança política do país, líder das pesquisas e favorito disparado a vencer as eleições. Sendo, por sua grandeza e seu legado reconhecido dentro e fora do Brasil, o maior obstáculo aos objetivos do golpe e à entrega do país.
Assim, Lula dá outros dois apontamentos importantes no manifesto: indica para o dia 15 de agosto a data de mobilização política anti-golpe, no dia do registro de sua candidatura, e conclama as forças progressistas e democráticas (inclusive as outras pré-candidaturas do campo progressistas já colocadas) em defesa do Estado Democrático de Direito ferido pela farsa jurídica da lava jato.
A partir disso, qual o futuro da candidatura de Lula?
O caminho colocado por Lula é o da luta política e a da tentativa de aglutinar forças nessa luta política.
Uma luta política que, com absoluta certeza, vai continuar após as eleições e por um tempo ainda impossível de ser determinado.
Não há no curto prazo nenhuma indicação de que as forças democráticas e progressistas conseguirão derrotar completamente o golpe, pois o golpe resiste dentro dos setores do judiciário, do MP, em setores políticos e na mídia, a maior representante dos interesses do grande capital rentista.
E tudo leva a crer que o judiciário, pautado pelo golpe, vai tentar levar até o limite a prisão política de Lula e vai buscar todos os recursos para impedir a sua candidatura.
Claro que tudo depende da mobilização de massas.
Se no dia 15 de agosto o movimento pró-Lula conseguir colocar a massa na rua, tudo muda. E esse deve ser o grande objetivo do ato.
Mas se a disputa continuar como está, com a massa populacional ainda dispersa, apesar de a maioria desejar votar em Lula ou em quem Lula indicar, apontando que na eleição tudo caminha para uma vitória de uma proposta anti-golpista e anti-neoliberal, o resultado da eleição vai levar a um futuro de contendas no médio prazo.
A luta por Lula, pelo retorno da democracia e pelo Brasil estará colocada no dia a dia dos lutadores populares mesmo com uma vitória eleitoral.
obs: Dias Tófolli assume o STF e isso, a se constatar, pode colocar algum fator novo na conjuntura.
Blog O Calçadão
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