Foto Allen Morrison |
É bastante claro para todo mundo, e já há bastante tempo, que as Prefeituras estão cada vez mais engessadas na sua capacidade de investimento e de tocar a máquina pública com um padrão minimamente aceitável pela população.
Ribeirão Preto não foge à essa regra, com a Prefeitura incapaz de dar respostas às necessidades de um centro urbano onde moram mais de 600 mil pessoas e por onde transitam mais umas 200 mil todos os dias.
Os funcionários públicos municipais, assim como todo o conjunto dos servidores públicos brasileiros, cada vez mais veem seus direitos sumirem e a sua condição perante o povo ser desgastada por Prefeitos e demais administradores públicos atrelados na correia de transmissão do neoliberalismo.
Ribeirão Preto tem enormes dificuldades nos serviços de saúde, educação, infraestrutura, desenvolvimento econômico e meio ambiente. Além de ter uma administração centralizada e sem condições de tocar um projeto de cidade democrática, progressista, inclusiva e ambientalmente sustentável como é absolutamente necessário.
Ribeirão Preto tem enormes dificuldades nos serviços de saúde, educação, infraestrutura, desenvolvimento econômico e meio ambiente. Além de ter uma administração centralizada e sem condições de tocar um projeto de cidade democrática, progressista, inclusiva e ambientalmente sustentável como é absolutamente necessário.
Ao contrário. A Prefeitura, dominada pelos interesses do poder econômico, não investe, pouco planeja e pouco executa. Quando faz alguma coisa é sempre na direção de aumentar a já grave exclusão social e concentração de renda.
Os orçamentos públicos estão sendo destruídos há 20 anos através das políticas neoliberais adotadas pela União. A pá de cal veio com o desgoverno Temer e o congelamento dos gastos públicos por 20 anos (A Emenda Constitucional 95).
Os orçamentos públicos estão sendo destruídos há 20 anos através das políticas neoliberais adotadas pela União. A pá de cal veio com o desgoverno Temer e o congelamento dos gastos públicos por 20 anos (A Emenda Constitucional 95).
E de novo Ribeirão Preto é um exemplo de orçamento engessado e arrochado. O crescimento da arrecadação é fraco nesta última década e ainda é emperrado pela dívida. Uns falam em até 900 milhões. Uma outra caixa preta municipal, e há muito tempo, é a Coderp.
Assim como os demais municípios e Estados, Ribeirão Preto é um pagador de juros ao capital rentista e a crise orçamentária é descontada nos servidores e nos serviços públicos, seja com cortes de verbas ou com campanhas difamatórias para justificar ideologicamente o corte de verbas.
Nossas lideranças políticas, todas comprometidas com o modelo econômico vigente, são incapazes de criar um movimento que integre a população em um projeto de município.
A própria Câmara Municipal não consegue ser um núcleo de debates e formulação de projetos.
Assim como os demais municípios e Estados, Ribeirão Preto é um pagador de juros ao capital rentista e a crise orçamentária é descontada nos servidores e nos serviços públicos, seja com cortes de verbas ou com campanhas difamatórias para justificar ideologicamente o corte de verbas.
Nossas lideranças políticas, todas comprometidas com o modelo econômico vigente, são incapazes de criar um movimento que integre a população em um projeto de município.
A própria Câmara Municipal não consegue ser um núcleo de debates e formulação de projetos.
A perda dos Trólebus e do rumo
A Transerp tinha uma importância estratégica nos anos 80 e 90, operando e gerenciando as linhas do Trólebus (linha de ônibus elétricos). O serviço de Trólebus, silencioso e ambientalmente correto, operava as principais e mais lucrativas linhas da cidade. Implantado por Nogueira em 1982 e ampliado por Palocci em 1992, o sistema foi então entregue à administração neoliberal de Jábali, em 1996.
Alegando que o sistema estava "ultrapassado", o tucano extinguiu o serviço e entregou as linhas para as permissionárias privadas (em outro artigo veremos que o avanço neoliberal sobre o Trólebus foi bem mais amplo do que Ribeirão Preto).
Na época a Transerp devia 7 milhões de reais e essa dívida irrisória até para aquele período serviu de argumento para se entregar a joia da coroa do transporte coletivo municipal a preço de banana.
Na época a Transerp devia 7 milhões de reais e essa dívida irrisória até para aquele período serviu de argumento para se entregar a joia da coroa do transporte coletivo municipal a preço de banana.
Junto com a extinção dos Trólebus, todo um sistema de transporte público, que envolvia os terminais Carlos Gomes e Antônio Achê, foi desmontado e desde então as empresas de ônibus mandam e desmandam na cidade, entregando para o cidadão um serviço caro, ruim e ineficiente (tem capacidade para atender apenas 20% da população).
A pergunta que fica é: para que serve a Transerp desde então?
Prováveis respostas: para gerenciar a indústria da multa, para operar o computador que sincroniza os semáforos, para servir como apoio do braço público aos interesses de empresas privadas.
Quando teremos uma política de mobilidade urbana?
Quando teremos uma política de mobilidade urbana?
Ribeirão Preto passa a sensação que não tem dinheiro para cuidar dos jardins das praças públicas, quanto mais para pensar e executar um plano de mobilidade urbana.
Há um projeto aprovado desde 2013 pelo governo federal e que está em andamento este ano, com a construção de pontes, viadutos, corredores de ônibus, passarelas.
Antes isso do que nada, mas é pouco diante da necessidade de romper com o padrão único de ônibus circular a diesel e implantar um sistema multi-modal necessário.
Há um projeto aprovado desde 2013 pelo governo federal e que está em andamento este ano, com a construção de pontes, viadutos, corredores de ônibus, passarelas.
Antes isso do que nada, mas é pouco diante da necessidade de romper com o padrão único de ônibus circular a diesel e implantar um sistema multi-modal necessário.
E o mais importante, o transporte coletivo deve voltar a ser público, assim como tem acontecido em diversas partes do mundo onde a privatização do sistema se mostrou um fracasso. E esse sistema de mobilidade urbana deve estar inserido em um projeto de cidade moderna e humana.
Talvez alcancemos isso quando conseguirmos superar a maldição do pensamento único neoliberal que nos castiga há duas décadas.
Blog O Calçadão
Talvez alcancemos isso quando conseguirmos superar a maldição do pensamento único neoliberal que nos castiga há duas décadas.
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