A mesa de debates sobre as "Fake News" encerraram os 5 dias de debates realizados pela CDH da OAB/RP na Feira do Livro.
Fotos Filipe Peres
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No último evento,
em 5 realizados desde o início, realizado durante a 19ª Feira do Livro de
Ribeirão Preto, a OAB/RP debateu as Fake News na Política e na Imprensa. Quem
mediou a mesa foi o advogado e membro da Comissão dos Direitos Humanos, Edson
Oliveira. Além disso, o debate teve como convidados a jornalista Érica
Amêndola, do blogue de entrevistas Decote e Diogo Rais, Doutor em Direito
Constitucional.
Diogo destacou a
característica de as Fake News se relacionarem com o conceito de pós-verdade,
quando as pessoas aceitam os fatos, apenas, quando estes vão de encontro às
suas crenças. Quando não, simplesmente ignoram: “o problema com essa descrença faz
com que a gente acabe criando verdades próprias. O nome da verdade própria é
opinião, não é verdade”.
Quando questionado
sobre a possibilidade de anulação das eleições devido aos vazamentos dos áudios
de Whats App pelo site “The Intercept”, entre o então juiz Sérgio Moro e o
Procurador Deltan Dalagnol, em que Moro interfere no Ministério Público,
direcionando a Lava Jato para a prisão de Lula, tirá-lo das eleições e atacar,
diretamente o Partido dos Trabalhadores, Rais disse não acreditar nesta
possibilidade: “Eu sou muito contra a ideia de voltar no tempo e fazer
suposições. Eu acho que pode ter implicações processuais e políticas em relação
às pessoas envolvidas no processo. [...] Agora, a eleição mesmo foi realizada.
Ela não foi impugnada no momento correto, mas isso é uma opinião. Eu não
consigo, tecnicamente, imaginar que, ao retirar um candidato de uma eleição
anularia uma eleição em si”, afirmou.
A população encheu o auditório do Centro Cultural Palace. |
Sobre como
combater as fake news, Diogo afirmou que a única forma de combater as notícias
falsas é com a educação, educar digitalmente as pessoas para que estas possam
verificar a veracidade daquilo que é veiculado nas redes sociais.
Já a jornalista
Érica Amêndola, ao comentar sobre a forma como o “The Intercept” vem divulgando
aos poucos os áudios vazados (já se sabe que o material é maior do que o
divulgado publicamente no caso Snowden), Amêndola afirmou que o ritmo dos
vazamentos pelo site é uma estratégia de guerra pois “está em jogo a
credibilidade dos nossos três poderes. [...] É um tabuleiro de xadrez”,
afirmou.
Para a jornalista Érica Amêndola, a educação é a melhor forma de se combater a desinformação. |
Quando perguntada se
a assessoria de imprensa do governo Bolsonaro cumpre o seu papel de informar a
população adequadamente a respeito dos projetos, das ações do governo, Érica
foi taxativa: “A assessoria de imprensa do governo é faixa branca. A assessoria
do governo vai direcionar a informação de forma a apaziguar a informação, a não
causa conflito”, e foi mais além, criticando a comunicação do Palácio do
Planalto: “Aliás, a comunicação do governo Bolsonaro é o que há de mais
trágico. Ele fala uma coisa, o Guedes fala outra. Eles vão tirar os noves fora
na hora do café...”
A jornalista
chamou atenção para a importância da informação na atualidade. Ela destacou que
esta é a principal moeda da sociedade, pois só há massa crítica na população se
esta for bem informada. Para Amêndola o único caminho para que se alcance este
nível de consciência em relação aos fatos é a Educação e citou a fala de Obama,
em recente palestra realizada na cidade de São Paulo: “Ele usou esse termo.
Educação não é caridade, um povo educado é um povo que evolui, que faz pesquisa,
que faz tecnologia e que, evidentemente, é bem informado. [...] Um povo
desinformado é um povo ignorante”. E chamou atenção para o papel do jornalismo,
por mais polêmico que seja o tema: “Qual de nós tem a responsabilidade de falar
uma verdade, não sonegue esta verdade. Se você tem dúvida, fique quieto”.
No final, Bruno
Castro, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RP agradeceu a
oportunidade de ter abordado por 5 dias temas polêmicos da socidade: “Nós estamos
muito felizes pela oportunidade de abordar temas espinhosos da sociedade como “Fake
News na Imprensa e na Política”, “A crise na Venezuela”, “Violência Religiosa”,
“Reforma Política” e “A Educação tem alcançado, realmente, a todos?”.
Veja o vídeo:
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