Com as possibilidades de Lula se manter elegível em 2022, a direita brasileira já briga para ver quem estará no segundo turno com o ex-presidente.
Será a direita bolsonarista ou a direita de sapatênis?
Os agentes do "mercado" já operam para rifar Bolsonaro, diante do fracasso trágico de sua presidência, seja na economia seja, principalmente e tristemente, na questão sanitária.
O problema é que o "mercado" olha e não encontra nomes na direita de sapatênis. O governador de São Paulo, Dória, que se agarra na vacina do Butantan para tentar se cacifar, não vai bem nem na pesquisa para governador. Mandeta, Huck, Moro são todos balões de ensaio sem base popular nem partidária.
O projeto econômico defendidos por ambas direitas é o mesmo: o fracassado e deletério projeto neoliberal nascido das entranhas do golpe de 2016. Este projeto não é capaz de tirar o país do buraco em que foi jogado.
Apenas Lula pode ser o centro catalisador de um conjunto de forças que pode propor e realizar um outro projeto, que resgate a capacidade de investimento do Estado, o crescimento econômico com inclusão, o emprego, os direitos sociais, a soberania e o desenvolvimento tecnológico e industrial alicerçado em uma reforma tributária que desonere a produção e incida no rentismo.
2021 vai se desenrolando sob uma dolorosa e forte crise, com as forças progressistas e de esquerda conseguindo mais fôlego e musculatura. A direita bolsonarista, ainda com base social, deixou de crescer e ameaça diminuir junto com o desmoronamento do seu desgoverno.
Restam o "Centrão" e os militares.
O primeiro ameaça mudar de barco a qualquer momento sob o comando das forças do "mercado". O segundo está em compasso de espera. Viúvas de 64, adorariam dar um golpe, mas não têm as bases sociais e econômicas para isso. Vão aguardar até o final para ver como irão acomodar seus interesses corporativos dentro do próximo governo a ser eleito em 2022.
A democracia brasileira ainda está ferida mas dá sinais de melhora, mesmo dentro de uma conjuntura dramática.
Blog O Calçadão
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