100 dias do 2º mandato do Governo Nogueira
Cidade
global e acolhedora
O 2º
mandato do Governo Municipal Duarte Nogueira, PSDB, completou 100 dias esta
semana. O prefeito lembrou a data publicando em suas redes sociais um vídeo em
que profetiza "...falo sempre que os primeiros meses de um governo refletem
sempre o que serão os quatro anos".
Se a profecia se
concretizar, podemos esperar que este segundo mandato seja marcado por duros
ataques aos direitos sociais, aos servidores públicos e desmonte da máquina pública
e consequentemente, desmonte dos serviços públicos.
Para quem já esqueceu, o
2º mandato do Nogueirinha começou com acolhimento àqueles que foram destituídos
pelas urnas. Nogueira alocou 4 ex-vereadores da última legislatura que não
foram eleitos em sua nova gestão: os ex-vereadores Fabiano Guimarães (DEM) e André
Trindade (DEM) foram para cargos na pasta de esporte; Rodrigo Simões
(PSDB) foi nomeado diretor-presidente da FORTEC, o ex-vereador Ariovaldo
de Souza (PSDB), o ‘Dadinho’ (que era suplente e assumiu na legislatura
anterior) ocupa agora um cargo na Secretaria Municipal de Assistência Social
(Semas). Nogueira também acomodou outros candidatos que não foram
eleitos no último pleito.
Também no mês de
janeiro, Nogueira deu um duro golpe nos serviços públicos municipais. Enviou a
Câmara Municipal um projeto de lei que foi votado em regime urgência e, após
ser aprovado em votação tumultuada, acabou com os cargos de merendeira de
escola dando um passo para a terceirização do serviço de merendas nas escolas.
O mês de fevereiro foi
marcado pelo embate com os servidores da educação pela volta às aulas. Embora em
janeiro ainda estivéssemos em uma situação relativamente melhor, assistimos atordoados
ao colapso do sistema de saúde de Manaus como uma previsão do que poderia vir a
acontecer aqui na cidade. Com a criação de comissão de fiscalização na Câmara
Municipal que denunciou a falta de estruturas nas escolas e com como o embate
chegou na justiça e o governo municipal teve que recuar das atividades escolares
presenciais.
No mês de março pudemos
assistir a um governo inoperante diante do agravamento da pandemia. A cidade
vizinha Araraquara passava por um grande lockdown diante do colapso em seu
sistema de saúde devido à variante do coronavírus que colapsou Manaus. Mesmo
com a crise diante de seus olhos, o prefeito se recusou a tomar atitudes mais severas
no enfrentamento à pandemia. O resultado veio logo em seguida com grande
aumento do número de infecções, lotações de hospitais e fila por leitos em UTIs
e, consequentemente, aumento do número de mortos.
Em abril, prestes a
chegar no fatídico 100 dias, o governo municipal, ao invés de enfrentar a crise
sanitária que assola o município, provocando mortes, desemprego, fome e quebra
de empresas, resolve propor a reforma administrativa do município, desviando o
foco inclusive dos vereadores que poderiam olhar a crise, mas que agora precisam
dar atenção à reforma perversa em diversos aspectos, provavelmente inconstitucionais
em outros.
Se esses 100 dias foram difíceis na vida do
gestor municipal, como disse Nogueira em seu vídeo publicitário, imagine como foram para os trabalhadores, mulheres e mães que sem
emprego e sem renda não tiveram o que dar de comer aos seus filhos; se esses
100 dias foram difíceis para o prefeito, imagine para os donos de comércios,
pequenos empresários que tendo que fechar suas portas não tiveram qualquer
auxílio; se esses 100 dias foram difíceis na vida do Nogueira, imagine como foram para as centenas de famílias de ribeirão-pretanos que perderam seus entes nessa
tragédia prevista e anunciada.
Se esses 100 dias
refletirem como serão os próximos 4 anos, não quero nem imaginar o que pode nos
acontecer.
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