Quem é o agente público, Nogueira, a Prefeitura ou a fundação uspiana? |
*Audiência pública comprova: reforma administrativa do Nogueira é uma lástima*
A Prefeitura, pressionada por um acórdão do TJSP, que considerou centenas de cargos comissionados irregulares em 2020, contratou, ao custo de 700 mil reais, uma fundação ligada à USP para propor um projeto de reforma administrativa que corrigisse a questão dos cargos e, no bojo, reestruturar toda a administração.
Poderia ter feito isso ao longo do ano passado, com diálogo com a sociedade, com os servidores e com a Câmara. Não fez. Preferiu enviar o pacote preparado pela fundação uspiana FADEP de maneira apressada e dando pouquíssimo tempo para análise e debate.
A Prefeitura quer aprovar logo.
É uma lástima, comprovada na ÚNICA audiência pública realizada ontem, quarta (14 de abril): liquida com o Daerp como autarquia, cuja composição da comissão liquidante é pouco clara; não está claro o que será feito da dívida de 200 milhões da Prefeitura com a autarquia, nem como será feito a mensuração do consumo do poder público daqui para frente, ou mesmo como serão os investimentos.
A água e o saneamento, assim como aponta PEC aprovada no Congresso, caminham para a privatização e, antes disso, Nogueira acaba com o Daerp no conjunto da sua "reforma".
O Blog levantou que mandatos populares apresentarão emendas na proposta. Só o Coletivo Popular Judeti Zilli PT apresentará 70 emendas. O mandato Duda Hidalgo PT busca apresentar substitutivos.
Mas o caminho correto seria devolver o projeto para a Prefeitura e recomeçar o processo, com o necessário debate público.
E a questão do acórdão do TJSP? Perguntaria os vereadores governistas. A cidade não pode aprovar uma mudança tão profunda acossada por uma chantagem, simples assim.
Esse argumento é até vergonhoso.
Quem é o agente público, a Prefeitura ou a fundação uspiana?
Na audiência pública desta quarta quem dava as explicações era um professor ligado à FADEP. Pergunta: quem é o agente público?
O Blog levantou que vereadores estão tratando de emendas e substitutiva diretamente com a fundação. Um absurdo.
Estão transferindo a responsabilidade pública para uma fundação de direito privado nas tratativas de uma reforma administrativa que mexe com o futuro da cidade.
É preciso ter um mínimo de seriedade e espírito público na condução de uma cidade como Ribeirão Preto e não ir fazendo mudanças a toque de caixa e tendo só os interesses do capital como embasamento.
Lamentável isso tudo.
Que a Câmara de Vereadores e a sociedade se atentem para isso e defendam os interesses da cidade, cobrando, no mínimo, um debate digno.
Blog O Calçadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário