A CPI da Pandemia ouviu os defensores do "tratamento precoce" nesta sexta-feira Foto e Vídeos: Agência Senado |
Nesta
sexta-feira (18), com quase 500.000 mortos pela covid-19 no país, a CPI da Pandemia ouviu os médicos e defensores do tratamento precoce Francisco Cardoso Alves e
Ricardo Ariel Zimerman. Cardoso é citado como um dos autores da nota
informativa do Ministério da Saúde que dava instruções para "tratamento
precoce" da covid-19.
O senador e relator da CPI Renan Calheiros (MDB-AL) se recusou a fazer perguntas aos depoentes.
Calheiros afirmou que amanhã (19), provavelmente, o país chegará a meio milhão de óbitos pela covid-19 e que se continua a ouvir a irresponsabilidade do
tratamento precoce.
O senador Randolfe Rodrigues também criticou a reunião. Durante a reunião da CPI da Pandemia, o vice-presidente da CPI
da Pandemia, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defendeu a convocação ao Presidente
da CPI, o senador Omar Aziz e (PSD) e ao relator Renan Calheiros (MDB), de
representantes do Facebook e do YouTube. De acordo com o senador, a causa do
pedido são as informações sem base na ciência divulgadas pelo presidente Jair
Bolsonaro em lives.
“Ontem,
mais uma vez, em uma de suas lives, transmitidas pelas suas redes sociais, o
Presidente voltou a falar que se contaminar pelo vírus é mais eficaz que a
vacina. Não é a primeira vez. O Presidente da República tem o direito de falar
a besteira que quiser, ele só não tem o direito de produzir o aumento dos
números (de mortos pelo covid-19), de cada vez mais disseminar notícias sem
lastro na ciência que produzem o aumento desses números. Diante disso, eu quero
comunicar a vossa excelência e ao seu relator que estou protocolando, agora,
requerimento de convocação das plataformas do Facebook e do YouTube a essa
Comissão Parlamentar de Inquérito e peço a vossa excelência para votarmos já na
terça-feira”.
Em protesto contra declarações do presidente Bolsonaro, o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), e outros senadores se retiraram da sessão e realizaram uma entrevista coletiva.
Investigados e acesso a informações
Em entrevista coletiva, após se retirarem, concomitante à reunião da CPI da Pandemia, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) informou que a CPI retirou a classificação sigilosa dada a documentos recebidos. Segundo ele, imprensa e sociedade terão acesso às informações.
O que
disseram os depoentes
Em sua
fala, o médico Ricardo Zimerman, ao defender o uso da cloroquina, disse que o
medicamento pode matar por envenenamento e falou sobre a necessidade de
fármacos serem receitados por médicos. Para Zimerman, esse tipo de morte não é
difícil de acontecer.
“É fundamental que fármacos sejam prescritos por médicos. As pessoas podem morrer envenenadas pela cloroquina. Infelizmente, isso não é difícil de acontecer."
"As pessoas podem morrer envenenadas pela cloroquina" |
Já Francisco Cardoso assumiu que os médicos que estão receitando o tratamento precoce, o estão fazendo sem estudos definitivos. Cardoso defendeu que numa pandemia médicos não podem esperar a conclusão destes estudos sobre medicamento.
“Se a situação é pandêmica, a gente não pode ser dar ao luxo de esperar meses ou anos por estudos perfeitos”.
Analisando
a fala dos depoentes, em sua fala, o senador Roberto Rocha (MDB-MA) comparou o
"tratamento precoce" a usar um paraquedas sem o selo do Inmetro em um
avião em pane.
Fonte:
Agência Senado
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