Nota da Organização Internacional do Trabalho mostra que 70% dos empregos na América Latina são informais, incluindo no Brasil

 Notícia

Foto: L. Moscoso/OIT

Em nota técnica publicada no último dia 8 de setembro, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que o trabalho informal representa 70% dos empregos criados desde o segundo semestre de 2020 em vários países da América Latina, incluindo o Brasil.

“No primeiro trimestre de 2021, cerca de 76% dos trabalhadores independentes, e pouco mais de um terço dos assalariados, eram informais”, acrescenta a nota técnica e explica que “embora seja prematuro afirmar que se observa um processo de informalização de ocupações anteriormente formais, levando em consideração experiências de crises anteriores, este é um risco latente importante ”.

No Brasil, por exemplo, de acordo com o a agência da ONU a taxa de emprego informal está em 68%. De acordo com a agência, o desemprego e a queda na força de trabalho são agravadas pelo impacto da pandemia de Covid-19. A OIT pede mais ação dos governos nacionais para combater a crise e a criação de postos de trabalho de melhor qualidade. O documento afirma que a recuperação econômica na região não é suficiente para trazer de volta os postos de emprego perdidos durante a pandemia, o que faz com que o mercado de trabalho de esteja marcado por uma alta taxa de desemprego e por uma forte prevalência do trabalho informal.

O diretor da OIT para América Latina e Caribe, Vinícius Pinheiro, afirmou que a região não está criando empregos com a qualidade e a quantidade necessárias. Para Pinheiro, a situação é complexa com desafios muito grandes. O representante da Organização Internacional do Trabalho lembra que os postos de trabalho informais costumam ter como características a precarização, pois são instáveis, com salários baixos, sem direitos e sem proteção social.

A análise da OIT ainda mostra que faz mais de 15 anos que não se registrava na América Latina uma taxa tão baixa de participação econômica das mulheres.

Fonte:

Empleo e informalidad en América Latina y el Caribe: una recuperación insuficiente y desigual