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terça-feira, 24 de outubro de 2023

Ministério da Saúde e Ministério da Igualdade Racial lançam Boletim Epidemiológico Especial sobre Saúde da População Negra

Boletim Epidemiológico lançado na última segunda-feira


Na última segunda-feira, 23 de outubro, o Ministério da Saúde divulgou o Boletim Epidemiológico Especial abordando a saúde da população negra no Brasil. O documento, que se destaca por sua importância estratégica, traz análises detalhadas das condições de saúde dessa parcela da população, lançando luz sobre as consequências do racismo sistêmico em diferentes dimensões demonstrando que o preconceito racial, além de ser considerado um crime, também é um obstáculo significativo ao acesso a cuidados de saúde de qualidade. Saiba mais.

Nísia Trindade Lima, Ministra da Saúde, na apresentação do Boletim enfatizou a priorização da equidade de gênero e raça como parte fundamental das diretrizes do Ministério. A Ministra destacou que a saúde da população negra será uma das prioridades da pasta pela primeira vez na história, reconhecendo os determinantes sociais que dificultam o acesso à saúde. A Ministra ainda enfatizou que o racismo não é apenas uma questão de causa e efeito, mas uma desigualdade profunda que ameaça a vida de pessoas de todas as idades e gêneros.

O Prefácio, assinado por Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial, saudou a iniciativa do Ministério da Saúde de publicar o boletim e destacou a importância de abordar as desigualdades de raça e gênero na saúde. Anielle afirma que o documento apresenta dados alarmantes os quais revelam que, de 2010 a 2020, todos os indicadores de saúde da população negra pioraram, incluindo taxas de mortalidade, doenças crônicas, infecciosas e violência.

Anielle Franco também chamou atenção para o fato de as desigualdades na saúde serem influenciadas por determinantes socioeconômicos e culturais, os quais são agravados pelo racismo sistêmico em várias dimensões. A Ministra apontou a importância do exercício da democracia, o papel da ciência e dos ativistas na produção de dados e diagnósticos, e a urgência na construção de políticas que promovam a equidade étnico-racial.

As ministras destacam que o lançamento do Boletim Epidemiológico Especial representa um compromisso conjunto entre os Ministérios da Saúde e da Igualdade Racial para enfrentar o racismo e melhorar as condições de vida e saúde da população negra no Brasil. A sociedade é chamada a se unir nesse esforço em prol da igualdade racial e da saúde para todos.

Dados sobre Saúde da População Negra comprovam argumentos de ministras

O Boletim Epidemiológico Especial traz disparidades na saúde da população negra no Brasil. Os dados revelam um cenário preocupante, onde o racismo sistêmico se mostra como um dos determinantes sociais de saúde que mais afetam essa comunidade.

De acordo com o boletim, o número de mortes de gestantes por hipertensão caiu entre mulheres indígenas (quase 30%), brancas (-6%), e pardas (-1,6%), mas aumentou significativamente (5%) entre mulheres pretas brasileiras entre 2010 e 2020. Essa disparidade evidencia a vulnerabilização da população negra em relação ao acesso a políticas de saúde já existentes.

Outro dado publicado é o aumento na proporção de recém-nascidos com baixo peso entre mães negras e indígenas, o que coloca em risco a saúde e sobrevivência dessas crianças. Essas disparidades são influenciadas por fatores socioeconômicos e falta de assistência médica adequada.

O boletim destaca que a doença falciforme, uma patologia genética com maior incidência na população negra, é uma questão de saúde pública relevante. O diagnóstico e tratamento da doença falciforme são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos afetados.

Os ministérios esperam que com os dados, ações concretas para combater o racismo sistêmico e promover a equidade na saúde da população negra no Brasil sejam implementados pelo governo federal de modo célere.

Veja o lançamento do boletim na íntegra clicando aqui.

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