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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Por que querem acabar com o PT?

No período pré-ditadura militar, os dois partidos que buscavam representar o trabalhador eram o Partido Comunista e o Partido Trabalhista Brasileiro. O primeiro voltado a construir um processo revolucionário marxista e o outro de tradição varguista, de conquista de direitos para a classe trabalhadora.

Tanto para um quanto para outro faltava o essencial: ter trabalhadores em suas bases. Eram ambos partidos de intelectuais e lideranças regionais sem contato direto com as massas.

Mas mesmo assim houve avanços enormes entre 1930 e 1963. Por isso, a UDN e a mídia, naquele momento, lançaram de todas as armas para acabar com os avanços. A ditadura foi o resultado e os partidos populares as suas vítimas, manchados no sangue dos seus lutadores.

O PT é o resultado da reunificação das lutas populares a partir das greves de 1979. Juntou, pela primeira vez, os intelectuais, as pastorais da Igreja Católica e os trabalhadores da cidade e do campo. Foi o reacender da esperança. Sua representatividade foi tamanha que já nasceu construindo dois dos maiores movimentos organizados do país: a CUT e a CONTAG.

Tendo Lula como sua liderança maior, com 22 anos de existência, o partido chegou na Presidência da República. Era o desafio maior de um partido jovem mas que congregava em si a representatividade da sociedade brasileira: mulheres, negros, jovens, sindicalistas, trabalhadores rurais, intelectuais etc.

Assim como toda organização social, o PT teve conflitos, dramas, erros, vacilações e conquistas. Assim como todo partido político, o PT teve virtudes e defeitos. Entre seus líderes tiveram aqueles valorosos e aqueles que se corromperam.

Mas o PT continua a sua história. São 1,3 milhões de filiados! Nos últimos 30 anos, foram do PT as principais novidades políticas na área da saúde (médico de família), educação, emprego, participação popular (orçamento participativo), programas sociais.

No governo central, apesar de ter continuado com a política financista implantada pelo PSDB, de não ter rompido com o sistema mundial capitalista, o PT liderou um período muito mais profícuo do que os anteriores. No governo do PT os trabalhadores tiveram mais representação, geraram-se 20 milhões de empregos, a desigualdade diminuiu, a educação superior e técnica se expandiu, a região nordeste deu um salto de crescimento, o país conquistou o respeito internacional.

Não é pouca coisa.

Então, por que querem acabar com o PT?

Porque houve corrupção entre alguns de seus membros? Porque há corrupção no seu governo?

Ora! E não houve corrupção no dos outros? Por acaso o PT não governa em alianças com outros partidos? O PMDB, por exemplo, não é governista desde o tempo de FHC? Não há corrupção no PMDB e no PSDB?

Então, por que querem acabar com o PT?

A resposta está em quem quer acabar com o PT.

O povo, apesar de todas as condições de informação deturpadas, reelegeu o PT quatro vezes seguidas! Em 2014, além da Presidência, o PT venceu em Minas Gerais, o Estado do principal opositor, Aécio Neves!

Não, não é o povo que quer acabar com o PT. E nem o empresariado com viés mais nacionalista.

Quem de fato quer acabar com o PT é uma elite que acha que o Estado lhe pertence.  São os donos da mídia que enxergam a sua sobrevivência a partir da reconquista do Estado. É o PSDB que, apesar da super-proteção que tem da mídia, não tem voto entre a massa de trabalhadores e não voltam ao Palácio do Planalto, de onde foram banidos há 13 anos.

Desde a vitória de Dilma em 2010, com Lula deixando o Planalto com 85% de aprovação popular e o PT tendo 36% de preferência nacional, que o conluio mídia-tucanato deflagrou uma guerra violenta contra o governo e contra o PT. Encontraram na tática nazista de difamar o adversário e de criar o ódio sobre ele a arma para buscar chegar pela força onde não chegam pelo voto.

Monstros de pés de barro que odeiam o povo brasileiro.

Tanto o mensalão quanto os desfalques na Petrobrás têm também bem nítidas as digitais do PSDB, do PMDB e do PP.

A mesma origem financeira empresarial que financiou o PT, também financiou o PSDB e o PMDB.

E hoje, quando se identifica essa prática de financiamento empresarial como um foco grave de corrupção e de distorção eleitoral, só o PT defende o fim dessa prática, os outros, como o PSDB, lançam mão inclusive de pedidos de vistas no STF para atravancar o debate.

Hoje os 1,3 milhão de filiados do PT e seus outros milhões de simpatizantes estão em uma situação delicada. Enfrentam na rua o ódio dos zumbis da mídia e veem seu governo sitiado e vacilante.

Não é um momento fácil.

Mas a história do povo brasileiro está repleta de momentos difíceis e de superações. É hora de enfrentar sem vacilação o discurso hipócrita anti-corrupção propagado por fedorentos enganadores do povo. É hora de defender a legitimidade do governo mesmo com críticas e é hora de mobilizar o movimento popular.

O povo sabe que na hora que mais precisa é com o PT e com a esquerda que ele pode contar. Se esse momento de desorientação midiático-judicial for superado, sobrará o legado de cada um. E aí, na hora de comparar legados, o povo já deu sua resposta, quatro vezes seguidas.

O PT vencerá esse desafio, pois nele há a presença do povo!

Ricardo Jimenez

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