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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Um velho comunista sempre tem o que dizer.




Na entrevista que o Ministro Aldo Rebelo concedeu ao jornal Folha de São Paulo podemos verificar como age e pensa um velho comunista com jeito e ação de Estadista.

Aldo coloca o jornal no seu devido lugar, faz a crítica correta, acerta no alvo correto e valoriza a Presidente Dilma.

Quando o governo Lula viveu turbulências profundas, advindas de posturas que Aldo volta a criticar agora, foi nele a aposta para acertar as relações com o Congresso. Deu certo. Sob sua Presidência, a Câmara se estabilizou.

Quando das turbulências envolvendo a Copa do Mundo e o Ministério do Esporte, foi apostando em Aldo que Dilma conseguiu vencer as dificuldades e atravessar 2013 e 2014.

Aldo enxerga o Brasil além de São Paulo e enxerga o poder além do seu próprio umbigo. Aldo sabe que um governo se constrói com alianças e alianças só são mantidas com confiança.

Aldo é tudo aquilo que Dilma precisava para recompor o seu governo: sem orgulho pedante, sem arrogância e sem deslumbramento com a mídia paulista.

Ainda é tempo, Dilma.

Acompanhe a entrevista:

Representante do PC do B no governo, o ministro Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) disse à Folha que uma das razões da atual crise enfrentada pela presidente Dilma foi ter "subestimado a política".

"O país é muito grande e complexo para ser governado por um único partido", avaliou, em crítica indireta ao PT.

Rebelo defendeu Dilma, dizendo que "sua biografia é irreparável" e que é ela, em sua opinião, quem ainda tem condições de "reunir o país numa transição neste momento difícil do país". 

Folha - Por que o governo chegou a este ponto da crise?
Aldo Rebelo - Porque houve uma subestimação da política por parte do governo.
Do governo ou da presidente?
Eu disse do governo, que não deu a devida importância ao processo político.
Isto levou a esta crise?
Sim, porque o Brasil tem de ser governado tendo como base uma política que seja fruto da concertação das forças políticas. A governabilidade do país tem de reunir todas as forças.
O problema central está na política então?
O país é muito grande e complexo para ser governado por um único partido.
O sr. quer dizer que o PT quis controlar todo o governo, sem partilhar poder?
Não quero dizer nada, o que quero dizer eu já disse.
Voltando à questão de o governo ter subestimado a política, a presidente sempre foi criticada por isto.
Vejo agora que ela deu um grande passo para a valorização da política, tem conversado e dialogado mais com seus aliados.

Os processos do mensalão e do petrolão também contribuíram para esta crise?
Muito. Os dois processos tiveram impacto muito grande na crise política.
Há atores que trabalham com a hipótese de queda da presidente. Ela corre este risco?
Não. Não vejo reunidas nas forças que têm interesse em remover o governo e a presidente da República capacidade ou condições de levar isto à frente.
Quem tem condições de unir o país para superar a crise?
Ela, a presidente, ainda é quem tem condições de reunir o país numa transição deste momento difícil. Para mim, ela tem todas as condições para encerrar seu mandato em 31 de dezembro de 2018, encerrar sua vida política, pois creio que não será mais candidata, e passar a presidência ao sucessor.
Dilma considera tentativa de golpe as articulações por um processo de impedimento.
Na minha opinião, qualquer tentativa de interromper este processo é uma aventura que a sociedade brasileira não vai permitir porque é prejudicial ao interesse público e do país.
O sr. diz que a presidente tem condições de superar a crise, mas até agora não tem conseguido. Como fazer isto?
Precisa dar dois passos importantes: Aprovar o ajuste fiscal e reconquistar a maioria parlamentar. Ela tem uma base muito fragmentada, mas pode reconstruí-la. E será fundamental para aprovar a CPMF. Creio que conseguirá, porque terá o apoio de governadores e prefeitos.

Mas o momento mostra um governo frágil?
É verdade. Mas trabalho na perspectiva de que o governo vai recuperar a confiança. E recuperar também o apoio dos aliados. Ninguém sério neste país vai entrar nesta aventura do impeachment.

A oposição não é séria?
Falo dos aventureiros. Não vejo nenhuma força majoritária querendo derrubá-la. Aí ela vai governando.

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