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domingo, 13 de março de 2016

Moro rasga a fantasia e PSDB murcha. O PT precisa ousar!


As micaretas deste domingo tiveram quase tudo igual às outras: teve o trio elétrico dos Revoltados Online e grupos afins (cobrando o fim do PT e defendendo Eduardo Cunha), tiveram as patricinhas e mauricinhos de classe média e riquinhos, inclusive levando a babá vestida de branco, com camisas da CBF/Nike, e teve a Globonews fazendo a cobertura desde de manhã, fazendo o 'esquenta' para o filé mignon, a manifestação na Paulista.

Tivemos as camisetas estampando uma mão com 4 dedos, no extremo mau gosto e desrespeito típicos dos coxinhas. Tivemos gente como o senhor abaixo, indignado com a ascensão social dos últimos anos e doido para ter de volta o seu país de privilegiados e de segregação.


Segundo pesquisas, 91% brancos e 76% eleitores de Aécio Neves em 2014.

Mas houve uma mudança, talvez sutil, mas houve.

O PSDB murchou, foi hostilizado. Alckmin, o homem da merenda, e Aécio, o mais votado por quem estava na Paulista, mas penta delatado na Lava Jato, foram vaiados em São Paulo. Isso sem falar na fuga desesperada de Marta ao ser detonada pela massa em sua primeira aparição coxinha após trair o PT.

Dizem que Bolsonaro se saiu bem. Verdade. Mas Bolsonaro é uma figura menor, lhe faltam neurônios e carisma. Bolsonaro será, ao lado de Marcos Feliciano, a bizarrice sempre presente nas eleições presidenciais, nada mais que isso.

Quem se saiu bem foram a Globo e o Moro.

A Globo conseguiu manter no ar o clima de golpe, de crise pelo qual vem se esforçando gigantescamente desde 2014. Essa guerra é de sobrevivência para ela. Ou mata o PT e volta a controlar a grana ou morre sufocada pela internet e pela concorrência.

E Moro?  Nem bem terminaram as manifestações e o juiz xerife já rasgou a fantasia em entrevista para a Globo: "é preciso ouvir a voz das ruas", disse o obscuro juiz de Curitiba. Tudo em Moro é julgamento moral e jogo para a plateia. É a peça do momento a se encaixar no consciente de uma parte da população midiotizada, sedenta por um herói que promova a vingança, a catarse coletiva contra o 'lixo da política', mesmo passando por cima de garantias constitucionais.

É um jogo perigoso, proto-fascista, mas plenamente planejado pelo golpismo comandado pela mídia e setores dissidentes dentro do aparelho de Estado. É a perigosa negação da política e que começa a fazer vítima até nos seus aliados, basicamente o PSDB e o PMDB.

Não sei se essa sutil mudança vai alterar algo no jogo do golpe, mas certamente tucanos e peemedebistas não gostaram nada do que viram e sentiram. O plano do parlamentarismo desejado por Serra e Renan, por PSDB e PMDB, começa a esbarrar na ascensão de Moro, inclusive nas classes mais baixas.

Já o PT, Lula e o governo precisam ser ousados. Se, como adora Dilma, continuarem a jogar dentro das regras estabelecidas pelo golpismo, cairão. Talvez Lula e o PT já tenham percebido isso. Lula ministro e uma guinada na política econômica, entusiasmando a base social e a classe trabalhadora, são coisas a serem seriamente consideradas.

O tempo urge e  futuro do Brasil está na mira, pois o golpismo quer e age para destruir as bases políticas, sociais e econômicas construídas nos últimos 14 anos, principalmente com relação aos 200 bilhões de barris de petróleo do pré sal.

Ricardo Jimenez

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