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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

No que a mídia partidária e o seletivo 'combate à corrupção' transformaram o Brasil?

Ilustração Brasil 247

Hoje só o mais obtuso dos coxinhas pode ainda acreditar na idoneidade da parceria mídia + 'combate à corrupção', realizada através de setores policialescos/judiciais dentro do aparelho estatal.

Foi uma bactéria que infectou o país e fez adoecer a democracia.

Uma bactéria encistada desde 2005 e que se libertou em 2013.


Muitos foram às ruas embalados pelos 'xerifes' Moro e Janot, pois o Brasil seria 'limpo'.

Limpo de que, de quem?

A resposta é fácil: do PT, de Dilma, de Lula e de qualquer outra alternativa popular.

Embalados em uma seletiva política de 'combate à corrupção', com apoio explícito da mídia hegemônica e com a omissão do STF, agentes de Estado tiveram apoio nas ruas para ferir o Estado democrático de direito, perseguir politicamente seus alvos e contribuir com o fisiologismo político na derrubada de uma Presidente honesta e legítima.

A pergunta é: no que isso transformou o Brasil?

Transformou em uma bagunça.

Hoje somos governados pelo que há de pior na política. Um projeto econômico elaborado pela força política quatro vezes derrotada nas urnas, o PSDB, destrói as bases da economia, promove desemprego em massa e a retirada de direitos do trabalhador.

A desesperança volta a dar as cartas no país. A pobreza volta a rondar, atingindo fortemente os mais idosos, as mulheres, os jovens e os setores sociais mais fragilizados.

Os 'xerifes' seguem propagandeando algo irreal. A política de 'combate à corrupção' é um fracasso retumbante. Um bandido ex-açougueiro manobra delações e malas de dólares surgem em poder de quem, até ontem, dava as cartas no atual governo.

Os 'xerifes' têm lado, o 'combate à corrupção' não é algo neutro, interesses poderosos operam nas sombras.

E aí, diante da bagunça total e da impotência em criar soluções, a mídia hegemônica, o ranço autoritário que veio da ditadura, resolve retomar o início do jogo, manipulando para atacar Lula, Dilma e o PT.

Não sei quais serão os desdobramentos futuros e nem qual a receita correta para consertar a bagunça, mas sei que o único caminho tem de ser o da democracia. E democracia exige legitimidade, transparência, diálogo.

A capa lixo ilustrada acima vai exatamente no caminho contrário disso, aprofunda a bagunça, agrava a fraqueza da democracia, aprofunda o golpe.

Ricardo Jimenez

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