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domingo, 22 de outubro de 2017

Servidor exige respeito e valorização



Fonte: Kdfrases

Por Sandro Cunha (Professor Sandrão)

Como disse Adoniran Barbosa, chega de homenagem, eu quero o dinheiro. Essa é a resposta que os servidores podem dar ao nosso prefeito, quando em um gesto populista e demagógico, anunciou que irá antecipar o salário do funcionalismo municipal, para o dia 01/11, por conta de uma homenagem ao servidor, pelo dia do funcionalismo, comemorado dia 28/10.




Essa atitude soa até como uma afronta ao servidor, pois desde o início do governo, o prefeito está fazendo na prática é retirar direitos conquistados há décadas, desvalorizando nosso salário e nosso trabalho, e agora vem com essa conversa de homenagem? Essa atitude é no mínimo paradoxal, diante de todas as medidas que ele tomou contra o funcionalismo, mesmo antes de assumir o governo em 01/01/2017. Vamos enumerar e relatar as maldades do executivo contra os servidores?




1 – Após eleito, o prefeito lançou as 30 medidas saneadoras, e dentre elas, 14 afetavam diretamente o funcionalismo municipal, como por exemplo, reajuste zero em 2017 e aumento da contribuição previdenciária de 11% para 14%, por exemplo, além de mais 12 maldades contra os servidores;




2 – Em março, numa atitude de total desrespeito, o executivo anuncia reajuste zero, levando os servidores a uma greve de 21 dias, pois não queria dar nem o reajuste da inflação, que é o mínimo que os patrões concedem a seus empregados no setor privado;




3 – Paralelamente a greve, o governo anuncia que não irá pagar mais os 28% das perdas do Plano Collor, até que a justiça se pronuncie, alegando o problema com a Operação Sevandija, e um possível desvio de dinheiro. Na prática milhares de servidores entraram na insolvência, ficaram devendo para os bancos, e quando a situação parecia resolvida, o governo propôs uma lei, que foi aprovada pelo legislativo, aumentando o prazo do pagamento, prejudicando sensivelmente os servidores.




4 – Ainda no primeiro semestre, aterrorizando os servidores que tinham tempo de serviço no funcionalismo federal, estadual e em outros municípios, o executivo mandou três projetos de Leis Complementares, que retiravam o direito dos servidores de contar este tempo para quinquênios e sexta parte. As três leis foram aprovadas pelo legislativo, e a partir da sanção das leis pelo prefeito, em junho, os ingressantes no serviço público, não tem mais esses direitos.

5 – Além de prejudicar o funcionalismo municipal, o prefeito resolveu abrir os cofres, tão sofridos e esvaziados, para criar uma Agência Reguladora e uma Controladoria Geral Do Município, além de anunciar oficialmente, um gasto de 6.6 milhões de reais com publicidade. Graças ao bom senso dos vereadores, a Agência Reguladora foi aprovada com restrições e se limitaria apenas ao saneamento básico. Quanto a Controladoria Geral, que foi anunciada com um gasto de 2,2 milhões anuais aproximadamente, seria para “fiscalizar os servidores”, como se isso fosse necessário. O interessante é que o governo não fiscaliza as terceirizadas e nem os comissionados, não cumpre as leis que exigem essa fiscalização, levando os vereadores a aprovar decreto legislativo para fazer o governo cumprir a lei, e quer fiscalizar os concursados efetivos, como se nós já não fossemos fiscalizados e já não fossemos passíveis de sindicâncias, caso não cumprirmos o nosso dever.
Recentemente nós servidores estamos correndo o risco de perder o prêmio incentivo, que recebemos a mais de 23 anos. A insegurança e a desconfiança em relação ao governo é geral. A cada dia ficamos esperando qual será a nova maldade que virá em forma de lei ou decreto, e o que iremos perder amanhã. É nesse clima que os servidores de Ribeirão Preto estão trabalhando. Meus caros, a pergunta que não quer calar: é assim que o prefeito valoriza e respeita os servidores? Não precisamos de antecipação salarial extemporânea, queremos respeito, dignidade e valorização.
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Sandro Cunha é professor, jornalista e dirigente do PSOL.

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