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domingo, 8 de julho de 2018

Com DEM e PSB, Ciro (PDT) vai ao centro contra PSDB e PT!


Este blog já afirmou em artigo que Ciro construía um caminho ao centro como forma de se diferenciar da disputa tradicional PSDB vs PT. Ciro, aliás, tentou isso em 1998 e 2002.

Mas, diferente das conjunturas de 1998 e 2002, hoje é a pauta do golpe e os resultados do golpe que dominam o cenário e é, a partir disso, que Ciro se movimenta.

A construção de um caminho ao centro passa pelo entendimento correto de que o golpe e os resultados do golpe jogaram o PSDB mais para a direita e o PT mais para a esquerda.


A construção de uma estrada ao centro também passa pelo entendimento de que o PSDB angariou altíssima rejeição popular por ter patrocinado e apoiado o golpe que instalou no poder o desgoverno Temer, tema que Ciro explora ao máximo para atrair o DEM, o PP e, talvez, o PTB para a aliança, deixando Alckmin isolado.

E, por fim, e mais grave, a construção de um caminho ao centro passa pela relativização do golpe contra Lula e o PT, para não afrontar um eleitorado que rejeita Temer mas ainda se deslumbra com a lava jato, ao mesmo tempo em que joga as fichas na cassação da candidatura de Lula pelo golpe como trunfo para atrair o PSB.

É um caminho que Ciro vislumbrou ao longo dos últimos três anos, onde claramente se percebe um movimento pendular, de aproximação e afastamento, que foi da bravata em levar Lula a uma Embaixada na condução coercitiva ilegal de Moro à recusa a admitir que agora Lula é um preso político.

Um movimento pendular que fez parte de um namoro infrutífero com o PT. Após jantar com Fernando Haddad, Ciro constatou que o PT é grande demais para abrir a cabeça de chapa e que o golpe e a perseguição a Lula, que aumentaram a popularidade de Lula e do PT, só dariam uma alternativa ao partido: a luta política pela candidatura Lula.

Essa é a conjuntura de 2018, onde não apenas Ciro, mas Marina e Álvaro Dias, tentam construir o caminho ao centro com um discurso de crítica ao PSDB, ao PT e ao desgoverno Temer ao mesmo tempo em que relativizam os desmandos da lava jato para não perderem os votos que a Globo pode trazer.

É um caminho legítimo que Ciro tem o direito de fazer. Só ficam três questionamentos no ar:

1- o programa político que Ciro tem apresentado até aqui é de cunho anti-neoliberal, desenvolvimentista e de confronto ao entreguismo que tem sido feito pelo desgoverno Temer. Ciro prometeu resgatar o pré-sal, revogar a reforma trabalhista e enfrentar o 'mercado' com relação aos teto de gastos imposto aos orçamentos públicos. Isso vai sobreviver à aliança ao centro?

2- Como Ciro pretende conviver com um sistema golpista, apoiado no poder da mídia hegemônica, que cassou ao arrepio da lei os direitos políticos do favorito às eleições? Fingir que nada de mais grave está acontecendo e que tudo está dentro da normalidade?

3- Ciro considera Bolsonaro um pato manco?

Blog O Calçadão.

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