"Esquedista" e, agora, "ecologista" são dois dos adjetivos usados pela direita católica e demais "conservadores tradicionalistas" para contestar as atitudes do Papa Francisco.
Defendem os tais "tradicionalistas", entre os quais se destacam gente do "calibre moral" de um Olavo de Carvalho, que ecologia é coisa de esquerdista ateu ligado ao movimento global "anti-cristão" e que o papel de um Papa deve se restringir às "coisas da fé" e da "defesa das tradições", como, por exemplo, combater o movimento LGBT. É gente que gasta seu tempo defendendo o ódio e a discriminação. Não por acaso esse mesmo pessoal integra o grosso do movimento reacionário atual, gente parecida com aquele canalha que se filmou tentando humilhar e intimidar um haitiano em Porto Alegre.
Vê-se, de pronto, que vindo de quem vem, "esquerdista" e "ecologista" se tornam elogios para um Papa que está conseguindo quebrar o roteiro mundial atual com suas posturas em prol do diálogo, da tolerância, da inclusão, da reflexão sobre as estruturas de uma sociedade cada vez mais desigual e concentradora de renda e, agora, com sua postura firme sobre o tema do meio ambiente.
Com a encíclica "Louvado Seja", Francisco, nome que remonta ao Santo dos ecologistas e da opção pelos pobres, consegue se posicionar de maneira contundente sobre um tema crucial da atualidade. Sem se deixar levar para uma postura dogmática, característica clássica do "ongsmo marinista", Francisco conduz o debate para a questão da diferença dos países ricos e pobres, ou seja, preservar o meio ambiente permitindo que haja a possibilidade de ascensão das economias mais frágeis, com proteção e auxílio das economias mais ricas. Francisco entende de crescimento sustentável.
Uma outra boa notícia dessa encíclica é que claramente ela demonstra o quão frutífera pode ser a reaproximação do pontificado com Leonardo Boff!
Francisco recentemente também deu declarações sobre o debate econômico mundial, colocando o dedo direto na ferida: "as economias emergentes sofrem da chantagem" do "deus" mercado e cada vez mais cortam investimentos econômicos para "honrar" juros da dívida com o financismo. Que o diga a Grécia.
O Papa dá mais uma dentro.
No próximo dia 11 de julho, Francisco se encontrará com o líder LGBT do Paraguai, na Conferência Episcopal paraguaia, onde poderá dar mais um murro na cara do ódio "tradicionalista" e dar mais uma lição de diálogo ao mundo.
Nesses tempos difíceis de malafaias, felicianos, cunhas e tais, Francisco é um sopro refrescante.
Ricardo Jimenez
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