Nas manifestações de ontem, enormemente catapultadas pela mídia e pelas ações espetaculosas e ilegais da República de Curitiba e do MP de São Paulo contra Lula, o PT foi o alvo, o PSDB saiu chamuscado, Marta saiu corrida, Bolsonaro e Moro se consagraram.
Mas, mais uma vez, a figura mais claramente envolvida em corrupção no país saiu ilesa. Eduardo Cunha foi devidamente 'esquecido' pela mídia e pelos manifestantes. Isso se dá porque tanto para a mídia quanto para as entidades que chamam as manifestações, como o Revoltados Online, Eduardo Cunha ainda é um aliado.
O núcleo das manifestações não mudou: é um movimento que serve para dar força ao golpe do impeachment e Cunha é o homem da caneta na Câmara.
Cunha não é alvo do ódio coletivo mostrado nessas manifestações. Não é porque na verdade as manifestações não são contra a corrupção, são contra o governo e o PT. Mesmo com a pequena mudança de humor com relação ao PSDB vista ontem, os heróis continuam sendo os anti-petistas Bolsonaro e Moro.
Cunha é, aliás, um dos pilares do plano da direita política pós PT: voltar com os financiamentos empresariais de campanha, a raiz da corrupção no país.
A classe média branca e a elite brasileira estão midiaticamente doentes e seletivamente adorando inimigos vorazes do futuro do Brasil. Cunha ser poupado em uma manifestação 'anti-corrupção' mostra o perigo proto-fascista de buscar encontrar caminhos fora da política.
Cunha vai a partir de hoje, livre, leve e solto, acelerar o impeachment da Dilma dizendo que ouviu a 'voz das ruas'.
Ricardo Jimenez
Oi Ricardo. Veja esse vídeo, no tempo de FHC isso não seria possílvel. https://www.youtube.com/watch?v=ZA5WIR20U08
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