Às minhas palavras de fogo
Não pararei de gritar
Não pararei
Não pararei de gritar
Senhores
Eu fui enviado ao mundo
Para protestar
Mentiras europeias nada
Nada me fará calar
Senhores
Atrás do muro da noite
Sem que ninguém o perceba
Muitos dos meus ancestrais
Já mortos há muito tempo
Reúnem-se em minha casa
E nos pomos a conversar
Sobre coisas amargas
Sobre grilhões e correntes
Que no passado eram visíveis
Que no presente são invisíveis
Invisíveis mais existentes
Nos braços
No Pensamento
Nos passos
No sonho
Na vida
De cada um dos que vivem
Juntos comigo
Enjeitados da pátria...
Trecho de protesto- Carlos de Assumpção
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