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quinta-feira, 19 de maio de 2016

Vem aí o rolo compressor do golpismo: meta fiscal de 200 bilhões?


O governo golpista, através do seu cara do mercado, o Henrique Meirelles, prepara o rolo compressor contra o Estado nacional: uma meta fiscal de 200 bilhões!

Meta fiscal é a economia que o governo faz para buscar, através de superávits primários, manter estável a relação dívida/PIB. Além disso, a meta fiscal e a relação da dívida são instrumentos fundamentais de controle que o 'mercado' exerce sobre os Estados nacionais.

Forçar os países a cumprirem as metas fiscais garante ao capitalismo financeiro a liquidez necessária para manter o sistema que, a qualquer sinal de ameaça de interrupção do fluxo de capital, entra em crise.

Acontece que em momentos de crise, de recessão e refluxo, uma meta fiscal elevada é um veneno que pode matar o doente. Meta fiscal se faz com cortes orçamentários, o que afeta o planejamento econômico e as políticas sociais, colocando o próprio Estado sob risco.

Um corte de 200 bilhões de reais nessa altura do campeonato significa um impacto estrondoso no Estado brasileiro. Estou falando em cortes cavalares no orçamento, envolvendo saúde, educação, programas sociais, investimentos na indústria, na agricultura e por aí vai.

O déficit público é um instrumento de alavancagem econômica em momentos de crise, mas no Brasil do golpe e da Globonews vira um escândalo.

Economias orçamentárias e realização de superávits primários para diminuir a dívida se faz em momentos de expansão da economia, pois não impactarão na vida das pessoas. Mas em momentos de recessão, como agora, o planejamento macroeconômico pede políticas anticíclicas, de gastos orçamentários para manter o Estado funcionando e, principalmente, proteger o emprego e a vida da população mais pobre, mesmo que isso impacte na dívida.

Mas não é assim que pensa o 'mercado'. O 'mercado' quer sangue e vai sugá-lo de uma vez. Meta fiscal de 200 bilhões, se confirmada, será uma tragédia.

Esse é o serviço sujo do golpismo. Aplicar a política econômica que está sendo derrotada nas urnas desde 2003. E é importante dizer que virá pelas mãos de Meirelles, o queridinho do 'mercado', do PSDB, dos golpistas e do Lula.

 Devido a uma narrativa mentirosa, Meirelles pousa de bonzão enquanto que Manteiga pousa de vilão, apesar de que foi com o segundo que o Brasil atingiu uma taxa de desemprego de 4%, com políticas anti-cíclicas.

O Brasil gasta 4,7% do PIB com pagamento das dívidas (o que dá 45% do orçamento!) mas o 'mercado' quer mais.

Em 2014 e 2015, para manter os investimentos e os programas sociais, Dilma reduziu a meta de 90 bi para 8 bi, gerando, claro, o aumento da dívida pública e o rebaixamento da nota das agências de risco. Essa postura de Dilma, dentre outras, foi uma das fontes de irritação do 'mercado', parceiro no golpe.

Por que manter o investimento público e programas sociais? Bobagem. Melhor é economizar para pagar juros! Assim é a narrativa dos 'pró-mercado'.

200 bi de meta fiscal será o fim de qualquer investimento, o fim dos programas sociais, da expansão do ensino público e da manutenção do SUS.

E vêm por aí a reforma da previdência (inclusive com mudanças de regras retroativas, tirando direitos adquiridos!) e a reforma trabalhista, flexibilizando direitos e introduzindo a terceirização para atividades fins.

Meirelles disse em entrevista que " o povo brasileiro está preparado para apoiar medidas duras que resolvam a crise".

É para perguntar: o povo sabe que seu 'sacrifício', imposto por um governo golpista que rasgou 54 milhões de votos, será para garantir que banqueiros e rentistas continuem a sugar o seu país? O povo sabe a quem de verdade serve o senhor Meirelles?

Ricardo Jimenez

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