O interino tem agido pesado para eleger Rogério Rosso-PSD para a Presidência da Câmara Federal.
Um desavisado em golpismo perguntaria: por que apoiar Rosso do PSD se o próprio partido do interino, o PMDB, tem candidato, o deputado Marcelo Castro?
Elementar.
A candidatura de Rosso, do chamado 'centrão' (PSD, PP, PR, SDD e outros), é parte do acordo com Eduardo Cunha, fechado naquela reunião num domingo à noite no Palácio do Jaburu.
Rosso é a mínima garantia que Cunha tem de ser defendido no processo de cassação.
A candidatura de Marcelo Castro pelo PMDB é uma pedra no sapato do governo interino. Porque, imagine você que Marcelo Castro consiga ir ao segundo turno contra Rosso. Como vai ficar o governo interino? Será obrigado a escancarar que está nas mãos de Cunha nesse processo?
Para evitar isso, o próprio interino jantou ontem com Aécio Neves e Agripino Maia para tentar cacifar a candidatura de Rodrigo Maia, do DEM. A ida de Maia ao segundo turno contra Rosso é o cenário dos sonhos do golpismo.
Disso, duas análises são válidas:
- O governo interino está nas mãos de Cunha, uma bomba-relógio ambulante. E o próprio Rosso não é garantia de fim dos problemas, ao contrário, Rosso é outra bomba pronta a explodir.
(Cunha é o alicerce do golpe. Sua eleição à Presidência da Câmara e o acolhimento ao processo de impeachment comprado a 45 mil reais pelo PSDB foram articulados diretamente com o vice traidor. Estão todos juntos).
-É muito primário julgar o PT por não apoiar de imediato a candidatura Erundina. Lógico que seria o apoio natural, à esquerda, contra a corrupção. Mas a eleição interna da Câmara tem fatores que precisam ser analisados e a candidatura Marcelo Castro é uma delas, se de fato for causar estragos na estratégia do golpismo.
Apesar de toda a situação difícil que o governo interino enfrenta, por ser corrupto, incompetente, anti-nacional e anti-popular, ainda não há o fato consumado que imponha a remoção de Temer. Mas este blog continua a apostar que, independente do resultado da eleição de hoje, este governo não vai longe, mesmo com toda a proteção da mídia, com os acordos com o Moro e com a falta, de novo, de agressividade de Dilma em sua campanha anti-golpe.
O Calçadão
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