A eleição de Rodrigo Maia, do DEM-RJ, para a Presidência da Câmara em segundo turno contra Rosso, foi a vitória da banda anti-Cunha dentro do esquema do golpismo. Mas Cunha ainda acena para o interino dizendo: "estou aqui".
A vitória de Rodrigo Maia representa o empoderamento da direita clássica e ideológica dentro do golpismo e a derrota de Cunha e seu 'centrão. Os gritos de "Fora Cunha" no plenário mostram isso.
Ganham força o DEM, o PSDB, o PPS e o PSB (incrivelmente os últimos dois têm a palavra 'socialismo' em seus nomes). É a ala da direita que representa a visão do velho governo FHC, a direita clássica, entreguista e privatizadora.
A vitória de Maia foi um arranjo brilhante arquitetado pelo PSDB e DEM junto ao interino. É a vitória da ala que quer distância de Cunha para, assim, limpar o terreno para o que planejam para após sacramentado o golpe: privatizações em massa, retirada de direitos trabalhistas, terceirização do trabalho, entrega do pré sal e reaproximação com os EUA, enfraquecendo o Mercosul e se retirando dos BRICS.
Só há um indivíduo que ontem a noite não sorriu. O interino e seu estafe mais próximo, como Moreira Franco, o cara que quer entregar o espaço aéreo brasileiro às multis internacionais.
Cunha ainda sobrevive no Conselho de Ética, através do Presidente e aliado Osmar Serraglio PMDB-PR. Cunha ainda acena ao interino dizendo: "estou aqui" e o interino depende cada vez mais de um acordo muito frágil com parte da República de Curitiba. Um tremor a mais de terra e tudo pode afundar em uma prisão de Cunha e familiares.
E a esquerda? E o PT?
Escrevi aqui ontem que a candidatura de Marcelo Castro PMDB-PI seria interessante se pudesse de fato vir a comprometer o núcleo golpista próximo ao interino. Mas só justificaria o apoio se de fato fosse uma candidatura viável. Mas as vacilações da bancada petista chegam a assustar. a emenda ficou pior.
Nunca acreditei de fato da unidade da esquerda em torno de Erundina. PSOL, PT e PCdoB não se bicam. Mas diante do encaminhamento dos fatos, em uma Câmara totalmente dominada pelo golpismo, seja da direita clássica ou do 'centrão', seria muito mais importante ter firmado posição com Erundina.
Mas como explicar que PT e PCdoB tomaram posições distintas ontem? Como explicar a 'felicidade', como denuncia hoje o Senador Lindbergh, de parte da bancada petista com a vitória de Maia?
Daqui até o dia 17 de agosto ainda há tempo de se buscar repactuar as forças para a luta no Senado, que manterá ou não Dilma na Presidência.
A contar com a maneira que se jogou ontem, o golpismo sai ganhando a parada.
O Calçadão
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