A foto de Regina Schmeken
O jornal alemão Süddeutsche Zeitung, de Munique, foi destaque, no início do ano, quando revelou o escândalo Panamá Papers, sobre a Mossack Fonseca, lavadora internacional (aqui, inclusive) de dinheiro.
Agora, porém, não se registra aqui a matéria, assinada pelo correspondente Brian Hermann, que faz uma tragicômica metáfora entre a onça Juma, abatida numa cerimônia de passagem da tocha olímpica em Manaus e as grades que protegiam o presidente interino Michel Temer, na quinta-feira passada, quando participou de um balanço dos Jogos, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca.
“A pesada grade parecia feita para deter predadores selvagens”, diz Brian, mas quem surge atrás delas, “é uma das criaturas mais amedrontadas do Brasil de hoje: Michel Temer, o presidente interino.”
A foto de Regina Schmeken, que ilustra a matéria do jornal e reproduz-se no alto do post capta perfeitamente a afirmação do alemão.
Depois de ser esperado por quase três horas pelos jornalistas, Temer, segundo o jornal, falou apenas por três minutos, para dizer que tudo ia bem e o Brasil tinha “segurança absoluta” e “paz absoluta”.
O alemão observa que, enquanto os políticos procuram usar o esporte para ter mais exposição, no Brasil olímpico a autoridade mais alta da república está a fazendo tudo para não ser visto.
“Temer não esteve realmente presente na cerimônia de abertura. Se não tivesse sido vaiado, sua saudação apressada provavelmente não seria sequer notada.”
Temos, como o blog afirma desde sempre, um presidente clandestino.
Ninguém de bom-senso pode achar que uma situação como esta se sustentará.
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