Foi uma manhã tensa em Ribeirão Preto em mais um dia de greve. Após ter chamado uma assembleia de última hora para às 11h00, devido a liminar que impõe a volta de, pelo menos, 80% dos servidores, os trabalhadores públicos do município, em resposta, lotaram mais uma vez a Praça Barão do Rio Branco e, depois, lotaram o centro da cidade para dar um recado em voz alta à judicialização do movimento: a greve continua.
Como se não bastassem os ataques judiciais, agora, o governo, por meio da Secretaria Municipal da Administração comunicou aos diretores, secretários e agentes administrativos que "nos dias de greve, o apontamento na folha online dos professores deverá ser ausência e não mais abono de greve, pois este foi retirado do sistema".
A judicialização da greve gerou efeito contrário nos servidores.
Mas mesmo com toda a pressão que vem via prefeitura, via jurídica, em clara demonstração de união do movimento, não só foi aprovada a continuidade da greve como, também, foi aprovada em assembleia que o Sindicato dos Servidores entre com ação na justiça para que o prefeito abra a caixa preta do Ministério da Fazenda e mostre o orçamento, os dados oficiais.
Após a assembleia, os funcionários públicos saíram em passeata pelo centro para dialogar com a população e terminar a marcha no DAERP, em claro apoio e solidariedade aos funcionários que estão impedidos de aderirem ao movimento por causa de censura judicial. Amanhã, haverá a assinatura do ponto durante todo dia no Sindicato dos Servidores. Às 16h00 acontecerá a assembleia geral, como sempre, na Praça Barão do Rio Branco e, para finalizar, se nada for resolvido, passeata até a Câmara Municipal às 17h30.
Opinião
Faz uma semana que a greve começou. Até agora nada do governo Nogueira querer dialogar com o servidor. Se na propaganda ele disse querer conversar, após 7 dias de paralisação está mais do que claro que diálogo não é o seu forte. Pelo contrário, medidas judiciais tentando encerrar a greve, pressão e acusações midiáticas contra os servidores têm sido a tônica da negociação tucana.
Grevistas lotam o centro da cidade em passeata
Mandar modificar o apontamento na folha online dos servidores é, apenas, mais uma pressão política de quem não está aberto ao diálogo. É mais uma artimanha para cansar os grevistas. Entretanto, a folha de pagamento já foi rodada. Aconteça o que acontecer, o sindicato tem um mês para negociar essa questão. Além disso, esta ausência é justificada pela lei federal 7783/89 em seu artigo primeiro.
Cedo ou tarde o prefeito terá de sentar para dialogar com o seu funcionário. A cidade já está ficando impaciente. A pressão exercida até o momento pela prefeitura sobre o servidor, a medida que a greve avança, que a população vai sendo esclarecida por outros meios de comunicação, pode se voltar contra Duarte Nogueira.
Greve é direito constitucional. Este blogue insiste: não há solução fora do diálogo democrático.
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