Um dos primeiros embates entre o governo Nogueira e os Servidores aconteceram na greve geral, no início do ano.
Foto: Arquivo/O Calçadão
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Por Sandro Cunha
1 - A demonização do servidor
pode ser constatada em 14 medidas das 30 medidas saneadoras, propostas
por Nogueira, antes mesmo de assumir o governo: aumentar em 14% a
contribuição do servidor ao IPM; diminuição do horário de funcionamento
das UBS para enxugar gastos; recadastramento de servidores
alegando fraudes (Para o governo,
servidor, além de ganhar bem e
ter muitos privilégios é fraudador); suspensão do pagamento dos
28,5%; reajuste ZERO aos servidores; suspensão dos planos de
cargos, carreiras e salários; suspensão do pagamento em dinheiro da
licença-prêmio e terça parte negociável das férias; fiscalização no
processo de aposentadorias para evitar fraudes. (Para o governo, servidor,
além de ganhar bem e ter muitos privilégios é fraudador); atualizar férias
antes da aposentadoria para não pagar em dinheiro; rever incorporações
de gratificações; rever privilégios funcionais da administração
direta e indireta; rever processos de afastamento e rever acúmulos
de benefícios de previdência.
2 – Transferência da data do
pagamento do último dia útil para o quinto dia útil do mês subsequente:
esta medida foi implantada imediatamente pelo governo municipal, sem
qualquer discussão e debate, mostrando o autoritarismo do executivo e
prejudicando os servidores, que a mais de vinte anos recebiam nesta data
e que já tinham seus pagamentos e compromissos firmados. Não foi
dado pelo governo nem um prazo satisfatório para o servidor
organizar a sua vida financeira, numa clara demonstração de desprezo e
desvalorização do servidor municipal.
3 – Proposta de reajuste zero
na data base e total desprezo pelas propostas apresentadas pelo
sindicato dos servidores, o que nos levou a uma greve de 21 dias, a greve
mais longa de servidores na história de Ribeirão. A intransigência do
governo municipal e o desrespeito ao direito de greve do servidor foi
demonstrado, através das várias ações movidas pelo governo, no sentido de
declarar a greve ilegal e nos forçar a aceitar reajuste zero. O governo não
nos deu a possibilidade nem de ter o reajuste pela inflação, o que
já é praxe no Brasil, e reajuste mínimo para todas as categorias. Mesmo
depois da negociação e do acordo, o governo não cumpriu a sua parte, pois
não pagou as horas extras pela reposição dos professores e não
regulamentou até hoje, o direito a falta médica de meio período, como foi
acordado e aceito pelas partes no acordo coletivo.
4 – O
pagamento dos 28,35 % referentes às perdas do Plano Collor foi suspenso pelo
governo, prejudicando os servidores que tinham empréstimos com os bancos, que
ficaram em situação de insolvência e muitos com o nome no SERASA, em função
dessa suspensão. Contra
a vontade dos servidores, o governo apresentou uma nova proposta para o
pagamento desses valores, aumentando significativamente o prazo para o
pagamento, prejudicando os servidores. A base governista aprovou esta lei
apresentada pelo governo, mostrando que a maioria dos vereadores estão com o
prefeito e não tem compromisso com os servidores municipais, que são vitimas
dos desmandos do executivo e da conivência do legislativo.
5 – A
prefeitura apresentou três projetos de lei complementar 30, 31 e 32, que foram
aprovadas pela base do governo, alterando as Leis 3181/1976, 2518/2012 e
2765/2016. Estas leis complementares prejudicam drasticamente o servidor
municipal que entrará no serviço publico municipal, a partir da sanção do prefeito,
pois os mesmos não poderão contar o tempo no serviço público de outros
municípios, Estados ou Federação para efeito de quinquênios, sexta parte e
outras vantagens.
6 – A
secretaria da educação está formulando um projeto do professor substituto ou
horista, que além de criar um terceiro regime de contratação, o que é
inconstitucional, propõe a substituição do professor ausente pelo professor
delivery, o uber da educação. O professor será chamado por SMS e terá 30
minutos para responder e mais 30 minutos para chegar a escola. Esta proposta é
totalmente anti-pedagógica, pois não possibilita uma ação pedagógica coerente,
que crie vínculos entre o educador e o educando.
7 – A
proposta da criação da agencia reguladora foi extremamente polêmica, pois começou
por um pronunciamento do vice-prefeito, que ela serviria para controlar os
servidores públicos municipais, através de sindicâncias, etc. A proposta de lei
original e o substitutivo apresentado dava margem para a contratação de
terceirizados, o que nós servidores públicos somos contra e tínhamos um grande
receio, além de gerar uma despesa anual para a prefeitura, que seria bancada
pelos munícipes, algo totalmente desnecessário e incompreensível. Nós
servidores fomos contra a criação da agência, apesar da sua aprovação limitada
ao saneamento básico.
8 - A secretaria da educação
publicou circulares, tentando limitar as faltas TRE,
Abonadas e a Licença prêmio dos professores. De forma arbitrária e contrariando
as leis, artigo 228 da Lei 3181/76. LC 240/93 e decreto 107/94, artigo
98 da Lei 9504/97 e o artigo 167, 168, 169, 170 e171 da Lei 3181/76, a secretaria
impôs uma norma ilegal, que o professor só poderia exercer os seus
direitos, se trouxesse ou indicasse um substituto. Posso afirmar que vários
professores foram prejudicados por essas circulares.
Governo ditador e autoritário!
ResponderExcluirEnquanto isso chove comissionados na manipulação política da prefeitura!