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domingo, 17 de junho de 2018

Sônia Guajajara (PSOL) esteve em Ribeirão Preto e bateu um Papo exclusivo no Calçadão!

Sônia fala na USP-RP
Na caminhada com Guilherme Boulos

A líder indígena Sônia Guajajara, candidata a vice-Presidente na chapa do PSOL com Guilherme Boulos, esteve nesta última semana em Ribeirão Preto.

Sônia falou na USP-RP para uma plateia de estudantes, militantes e ativistas sociais e o blog O Calçadão fez a cobertura (você pode ver e ouvir a fala de Sônia na USP aqui).

Após a palestra na USP, Sônia esteve no nosso estúdio e gravou um Papo no Calçadão exclusivo, que você pode conferir no vídeo abaixo:


Sônia é natural da terra indígena Arariboia, no Maranhão, e sempre teve muito interesse nas discussões sobre a luta indígena, "antes mesmo de sair para conhecer outros lugares eu já participava dos debates internos na Arariboia", menciona.

"Com apoio da Funai estudei em Minas Gerais e, após três anos, voltei ao Maranhão e trabalhei como professora nas aldeias indígenas. Mais tarde me formei em enfermagem, sempre atuando nas aldeias. Depois, me tornei professora concursada na rede pública.", informa.

Luta social desde o início

Mas a luta social estava presente em seu dia a dia. "Nós criamos no Maranhão uma coordenação das populações indígenas onde fiquei por dois mandatos e pude ter contato com as demais organizações indígenas da Amazônia brasileira. Por quatro anos pude rodar o Brasil e o mundo defendendo os povos indígenas e também a luta ambiental. Lutamos contra a instalação da usina de Belo Monte e seus prejuízos ambientais e para as populações indígenas. E em 2013 eu já integrava a Coordenação Nacional dos Povos Indígenas do Brasil".

Desenvolvimento? É preciso ouvir e respeitar os povos da floresta! 
A contestação ao modelo de desenvolvimento capitalista predatório e fundamentalmente explorador é o foco da luta de Sônia.

"A política atual é pautada na exploração. Exploração dos povos, exploração dos territórios e exploração dos recursos naturais e hídricos. Agronegócio e hidronegócio. O capitalismo não se preocupa com o ambiente e nem com as pessoas. Nossa luta é fazer o enfrentamento a esse modelo do capitalismo", ensina.

Sônia e Boulos, uma chapa para contagiar o Brasil:
é possível construir um país diferente!

O golpe de 2016 trouxe consigo o avanço do ódio, do racismo, da exclusão típicas do modelo neoliberal e autoritário. Nossa democracia foi ferida, nossas riquezas estão sendo entregues e o povo está desiludido com a política. É possível enfrentar tudo isso e reconstruir a esperança no coração do povo?

A chapa presidencial do PSOL, unindo um líder de um importante movimento social que luta por moradia com uma líder mulher e indígena, tem a intenção de levar ao Brasil essa esperança de construção de um país democrático, inclusivo e onde o modelo capitalista, neoliberal, exploratório e causador de pobreza e exclusão seja superado por um outro modelo mais justo, sustentável e emancipador. 

E, para Sônia, o Brasil deve interromper a cultura de genocídio contra os povos indígenas, problema que aumenta muito em períodos não democráticos, como o da ditadura e o de agora, dos últimos dois anos.

"A chapa do PSOL é um marco histórico. 518 anos depois e nós tomarmos essa decisão. Até agora nós estivemos na linha de frente do movimento social, mas agora nós decidimos também ocupar os espaços de poder institucional, para avançar na luta. Vamos nos juntar a todos aqueles que se encontram em uma situação de vulnerabilidade, de negação de direitos, pois não há outra saída. Vamos com coragem e honestidade apresentar uma alternativa que una os trabalhadores em uma outra proposta que não seja a deste modelo capitalista que explora as terras, as águas, as riquezas minerais e as pessoas", declarou.

"Minha candidatura não é só uma candidatura indígena que defende os povos da floresta e a questão ambiental. Minha candidatura é uma candidatura indígena com uma proposta para o Brasil", definiu Sônia.

Fotos, vídeo e edição Filipe peres

O blog O Calçadão pretende entrevistar todos os pré-candidatos do campo progressista e de esquerda neste ano de 2018.



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