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quinta-feira, 27 de junho de 2019

Corredores de ônibus na mira da Câmara e Nove de Julho em perigo


O PAC Mobilidade Urbana, um projeto financiado pelo governo federal desde 2013 e que pretende investir 310 milhões de reais, está em andamento em Ribeirão Preto (pontes, viadutos, corredores de ônibus, ciclovias e a duplicação da avenida Antônia Mugnato Marincek, no Ribeirão Verde).

A próxima etapa são os corredores de ônibus nas avenidas D. Pedro (Ipiranga), Saudade (Campos Elíseos) e na rua São Paulo (Campos Elíseos).

Os comerciantes dos locais estão preocupados com as vagas de estacionamentos e o acesso de clientes aos seus estabelecimentos e buscaram a Câmara de Vereadores, que pode instalar uma CEE (Comissão Especial de Estudos) para acompanhar os projetos.

O problema é sempre o carro em uma cidade feita para o carro. Os próprios comerciantes não acreditam na valorização do transporte coletivo em uma cidade onde ele é caro, ruim e baseado no ônibus a diesel.

Aliás, a atual permissionária do serviço de transporte coletivo, dos ônibus de grande porte, circulares, movidos a diesel, já acertou com a Prefeitura mais um aumento das tarifas. O que vai de encontro com o indicativo do PAC Mobilidade de valorizar o transporte coletivo.


O lobby de certos setores por uma cidade ainda mais dominada pelo automóvel conduzindo por uma única pessoa, o motorista, é fortíssimo. Um alvo atual é a Avenida Nove de Julho, criada em 1921 e que é um dos cartões-postais da cidade e tombada pelo patrimônio histórico.

Há cabeças 'pensantes', inclusive dentro da Câmara de Vereadores, que defende "abrir" a Nove de Julho aos carros e ônibus, retirando não só as árvores e o canteiro central mas também os paralelepípedos.

É a ideia de "progresso" através do automóvel que na verdade é um retrocesso cultural, histórico, ambiental e social.

Está em andamento a criação de uma Comissão Especial de Estudos (CEE) na Câmara de Vereadores para planejar o "futuro da Nove de Julho". Isso é um perigo e precisa ser acompanhado de perto por todos aqueles que defendem e sonham com uma cidade mais democrática, humana, participativa, desenvolvida, inclusiva e ambientalmente sustentável.

Olho vivo.

Blog O Calçadão

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