Palácio Rio Branco - Ribeirão Preto |
A chegada de 2020 intensifica as movimentações para as eleições municipais desse ano. Pré-candidatos a vereador já buscam aparecer nas mídias sociais e a organizar a pré-campanha, de acordo com as regras eleitorais.
O mesmo acontece com os possíveis candidatos a Prefeito.
O Prefeito Nogueira, candidato à reeleição e representante da direita neoliberal (privatista e de redução do Estado), busca consolidar sua força neutralizando possíveis outras candidaturas do campo da direita e da extrema direita. Semana passada anunciou o apoio dos partidos Novo e Avante. Nogueira tem no programa de mobilidade urbana e no velho, e ainda eficaz, discurso do "foi culpa da Dárcy" dois de seus maiores trunfos.
A extrema direita vai ficando refém do PSL, que até agora não apresentou um nome de peso mas permanece uma incógnita, baseando-se no ainda forte discurso antissistema.
O centro tem se movimentado bastante e é, na opinião desse Blog, hoje, o campo político com mais potencial a ir a um segundo turno com Nogueira. Pois haverá segundo turno.
O centro tenta construir um programa que busque ao mesmo tempo confrontar o projeto atual do Prefeito sem perder os vínculos com um eleitorado conservador e pragmático de Ribeirão Preto.
Três figuras políticas surgem para encampar o anti-Nogueira, aquele que vai polarizar com o Prefeito e avançar ao segundo turno: Ricardo Silva (PSB), João Gandini (PSD) e Carlos Cezar Barbosa (vice-Prefeito e no Cidadania).
Ricardo Silva é o nome mais forte dos três até o momento e procura se fortalecer ainda mais através do apoio do PSB estadual, liderado por Márcio França, e da construção de uma aliança provável com o PDT de Lincoln Fernandes e na tentativa de atrair para o projeto o ex-Juiz Gandini (PSD), que também busca se movimentar com um diálogo mais próximo com o vice-Prefeito, que rompeu com o Prefeito desde 2018.
O fiel da balança entre o projeto de reeleição de Nogueira e o projeto do centro será o MDB.
Se depender de uma conversa nacional, com Baleia Rossi, Nogueira tende a sair na frente e trazer o MDB para o seu arco de alianças. Se prevalecer uma decisão local, pode ser que o MDB apareça junto com o centro, tendo o nome do atual vereador Alessandro Maraca se fortalecido internamente como alternativa para uma vice ou até para um caminho próprio à Prefeitura.
Já a esquerda busca também se construir como o anti-Nogueira, mas com dificuldades.
Haverá duas candidaturas nesse campo, uma do PT e outra do PSOL, com os demais partidos PCdoB, PCB, PCO e Unidade Popular sendo sondados na tentativa de articulação para completar as chapas.
Caberá ao campo de esquerda o desafio de ampliar o alcance do seu discurso para fora da bolha da própria esquerda, ao mesmo tempo em que procura enfrentar Nogueira, Bolsonaro, Moro e Guedes tudo no mesmo pacote em uma cidade que ainda respira um ar reacionário.
Há conversas, ainda tímidas, sobre a natureza das chapas: construir uma alternativa "puro sangue", totalmente de esquerda, ou abrir a possibilidade na chapa para alguém que possa apontar um diálogo com um conjunto da população hoje reticente a votar na esquerda?
Todas essas movimentações tendem a esquentar mais conforme se desenrola o calendário eleitoral.
A conferir.
Blog O Calçadão
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