O Secretário Estadual de Educação Sandro Rossieli em sua fala à distância durante anúncio do Plano de Retorno às Aulas para o Estado de São Paulo. |
Plano de Retorno às Aulas do Estado de São
Paulo
Nesta quarta-feira o Secretário Estadual de
Educação, Rossieli Soares, anunciou, no Palácio do Bandeirantes, em São Paulo, a intenção de retorno às aulas para o dia 8
de setembro o Plano de Retorno às Aulas no Estado de São Paulo.. Rossieli destacou
que a retomada das aulas seguirá o Plano São Paulo e que acontecerá em 3 etapas,
sendo a 1ª 35% dos alunos, com distanciamento de 1,5 metros entre os alunos; na
2ª 70% e na 3ª 100%, o novo normal. Educadores tem criticado tal medida enquanto a pandemia não estiver completamente controlada.
Segundo o Secretário, para que se possa reabrir as escolas, todas
as diretorias regionais de saúde deverão estar durante dois ciclos de 14 dias
na fase verde, ou seja 28 dias com a pandemia controlada.Ele afirmou que não haverá retorno às aulas regionais sem o
município estar na fase amarela por este período. Se uma região regredir a fase
laranja ou vermelha, haverá exceção e o município terá de suspender as aulas.
Rossieli não especificou quem serão os 35%
que retornarão às aulas presenciais para a primeira fase, mas afirmou que
cada rede fará o planejamento a partir do protocolo da rede estadual que será
elaborada e entregue no mês de julho. Segundo Soares, a ideia é que os alunos, pelo menos, uma
vez por semana, possam ir às aulas, como em um sistema de rodízio. Entretanto, não
especificou a presença de alunos, caso estes vivam com idosos ou pessoas que integrem o grupo
de risco nem se há um levantamento familiar sobre esta questão, mas garantiu que os professores que integram o grupo de risco não
voltarão na primeira fase. Estes continuarão a trabalhar remotamente. Paulo também
garantiu que os trabalhadores da educação serão testados.
Ainda
sobre o protocolo, as salas e o prédio deverão ser higienizados antes e ao fim das
aulas, no mínimo a cada 3 horas. O lixo deverá ser retirado 3 vezes ao dia, com
as aulas sendo realizadas com portas abertas.
O
Secretário transferiu a responsabilidade da comunicação para as escolas e afirmou que todas deverão produzir materiais de
comunicação sobre prevenção e distribuí-las às famílias Ele não disse se haverá um aumento de verba de material para que esta ação ocorra. Rosseli também recomendou que os pais afiram a temperatura
dos alunos antes de estes irem às escolas. Entretanto, mesmo que estes não
tenham termômetro para fazer tal medição, Soares garantiu que as
escolas deverão fazer esta medição na entrada. Para isso, as escolas irão
receber o termômetro. Caso o aluno for identificado como sintomático, este
deverá ser isolado até que o responsável possa buscá-lo.
Educadores criticam volta às aulas
Em matéria publicada pela Rede Brasil Atual,
professores e outros trabalhadores da educação não concordam com a proposta de
volta às aulas do governador paulista. Para os educadores, a política de combate à pandemia de coronavírus de Doria e da esmagadora
maioria das prefeituras municipais não inspira nenhuma confiança para que as
aulas possam voltar.
Os
educadores apontam uma série de dificuldades para a retomada das atividades
escolares. Situações cotidianas, como transporte escolar, merenda escolar,
atividades físicas, higienização dos espaços, cuidados com as crianças pequenas,
entre outros, vão exigir protocolos rígidos e de difícil implementação.
Ribeirão
Preto
Sobre
isso, Manuela Aquino, da direção estadual do setor de Educação do MST e
integrante do Fórum Estadual de Educação questiona, para ficar em um exemplo
apenas, a questão do transporte.
“Como
ficará a questão do transporte nas áreas rurais? Os assentamentos e
acampamentos, em sua maioria, sem a manutenção das estradas e localizados em
áreas distantes, sem as escolas nos territórios, expõem os estudantes
diariamente a trajetos que duram em média 3 horas, dependendo da região para
chegarem e voltarem das escolas. Quais as garantias de segurança desses estudantes,
dos profissionais neste trajeto que, por si só, já é precarizado e expõe a
segurança de todos”.
A dirigente
afirmou que em Ribeirão Preto, por exemplo, o transporte atende diversas
modalidades de ensino assim como estudantes de diferentes escolas. De acordo
com Manuela, isto faz com que muitos estudantes tenham de permanecer na escola
antes e ao término do horário letivo para aguardar a rota do transporte. Mesmo
pensando em horários diferenciados para o funcionamento das escolas a educadora
e socióloga questiona: “Como ficariam estes estudantes que dependem de um único
transporte escolar?”
Em matéria
publicada pelo jornal El País, cálculos
matemáticos de pesquisadores da Universidade de Granada (UGR) demonstraram que uma
família espanhola média, composta por dois adultos e 1,5 filhos menores, somente
no primeiro dia de aula, cada aluno será exposto a 74 pessoas. Isso ocorrerá
exclusivamente se não houver contato com alguém fora da sala de aula e da casa
da família. Recentemente, De acordo com o inquérito sorológico apresentado pela
Prefeitura de São Paulo nesta terça-feira, 9,5% da população já pode ter sido
infectada pela Covid-19 na Capital, ou 1,16 milhão de pessoas.
Ribeirão Preto conta, registrou no último dia 23 115 mortes e quase 4 mil infectados.Segundo a Prefeitura, a taxa de ocupação em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) é de 80,8%, com 135 pacientes internados nas 167 vagas disponíveis.
Fica a questão. Quem
controlará o lado externo da escola?
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