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quarta-feira, 24 de junho de 2020

Para educadores e especialistas, Plano de Retorno às Aulas em São Paulo é inviável enquanto a pandemia de coronavírus não estiver completamente controlada

O Secretário Estadual de Educação Sandro Rossieli em sua fala à distância durante anúncio do Plano de Retorno às Aulas para o Estado de São Paulo.



Plano de Retorno às Aulas do Estado de São Paulo

Nesta quarta-feira o Secretário Estadual de Educação, Rossieli Soares, anunciou, no Palácio do Bandeirantes, em São Paulo, a intenção de retorno às aulas para o dia 8 de setembro o Plano de Retorno às Aulas no Estado de São Paulo.. Rossieli destacou que a retomada das aulas seguirá o Plano São Paulo e que acontecerá em 3 etapas, sendo a 1ª 35% dos alunos, com distanciamento de 1,5 metros entre os alunos; na 2ª 70% e na 3ª 100%, o novo normal. Educadores tem criticado tal medida enquanto a pandemia não estiver completamente controlada.




Segundo o Secretário, para que se possa reabrir as escolas, todas as diretorias regionais de saúde deverão estar durante dois ciclos de 14 dias na fase verde, ou seja 28 dias com a pandemia controlada.Ele afirmou que não haverá retorno às aulas regionais sem o município estar na fase amarela por este período. Se uma região regredir a fase laranja ou vermelha, haverá exceção e o município terá de suspender as aulas.

Rossieli não especificou quem serão os 35% que retornarão às aulas presenciais para a primeira fase, mas afirmou que cada rede fará o planejamento a partir do protocolo da rede estadual que será elaborada e entregue no mês de julho. Segundo Soares, a ideia é que os alunos, pelo menos, uma vez por semana, possam ir às aulas, como em um sistema de rodízio. Entretanto, não especificou a presença de alunos, caso estes vivam com idosos ou pessoas que integrem o grupo de risco nem se há um levantamento familiar sobre esta questão, mas garantiu que os professores que integram o grupo de risco não voltarão na primeira fase. Estes continuarão a trabalhar remotamente. Paulo também garantiu que os trabalhadores da educação serão testados.

Ainda sobre o protocolo, as salas e o prédio deverão ser higienizados antes e ao fim das aulas, no mínimo a cada 3 horas. O lixo deverá ser retirado 3 vezes ao dia, com as aulas sendo realizadas com portas abertas.

O Secretário transferiu a responsabilidade da comunicação para as escolas e afirmou que todas deverão produzir materiais de comunicação sobre prevenção e distribuí-las às famílias Ele não disse se haverá um aumento de verba de material para que esta ação ocorra. Rosseli também recomendou que os pais afiram a temperatura dos alunos antes de estes irem às escolas. Entretanto, mesmo que estes não tenham termômetro para fazer tal medição, Soares garantiu que as escolas deverão fazer esta medição na entrada. Para isso, as escolas irão receber o termômetro. Caso o aluno for identificado como sintomático, este deverá ser isolado até que o responsável possa buscá-lo.

Educadores criticam volta às aulas

Em matéria publicada pela Rede Brasil Atual, professores e outros trabalhadores da educação não concordam com a proposta de volta às aulas do governador paulista. Para os educadores, a política de combate à pandemia de coronavírus de Doria e da esmagadora maioria das prefeituras municipais não inspira nenhuma confiança para que as aulas possam voltar.
Os educadores apontam uma série de dificuldades para a retomada das atividades escolares. Situações cotidianas, como transporte escolar, merenda escolar, atividades físicas, higienização dos espaços, cuidados com as crianças pequenas, entre outros, vão exigir protocolos rígidos e de difícil implementação.

Ribeirão Preto

Sobre isso, Manuela Aquino, da direção estadual do setor de Educação do MST e integrante do Fórum Estadual de Educação questiona, para ficar em um exemplo apenas, a questão do transporte.
“Como ficará a questão do transporte nas áreas rurais? Os assentamentos e acampamentos, em sua maioria, sem a manutenção das estradas e localizados em áreas distantes, sem as escolas nos territórios, expõem os estudantes diariamente a trajetos que duram em média 3 horas, dependendo da região para chegarem e voltarem das escolas. Quais as garantias de segurança desses estudantes, dos profissionais neste trajeto que, por si só, já é precarizado e expõe a segurança de todos”.

A dirigente afirmou que em Ribeirão Preto, por exemplo, o transporte atende diversas modalidades de ensino assim como estudantes de diferentes escolas. De acordo com Manuela, isto faz com que muitos estudantes tenham de permanecer na escola antes e ao término do horário letivo para aguardar a rota do transporte. Mesmo pensando em horários diferenciados para o funcionamento das escolas a educadora e socióloga questiona: “Como ficariam estes estudantes que dependem de um único transporte escolar?”

Em matéria publicada pelo jornal El País, cálculos matemáticos de pesquisadores da Universidade de Granada (UGR) demonstraram que uma família espanhola média, composta por dois adultos e 1,5 filhos menores, somente no primeiro dia de aula, cada aluno será exposto a 74 pessoas. Isso ocorrerá exclusivamente se não houver contato com alguém fora da sala de aula e da casa da família. Recentemente, De acordo com o inquérito sorológico apresentado pela Prefeitura de São Paulo nesta terça-feira, 9,5% da população já pode ter sido infectada pela Covid-19 na Capital, ou 1,16 milhão de pessoas.

Ribeirão Preto conta, registrou no último dia 23 115 mortes e quase 4 mil infectados.Segundo a Prefeitura, a taxa de ocupação em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) é de 80,8%, com 135 pacientes internados nas 167 vagas disponíveis.

Fica a questão. Quem controlará o lado externo da escola?










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