Balas de borracha explodindo no abdômen, no rosto, na cabeça de professores. Gás de pimenta, bombas de efeito moral, mordidas de cachorro e muita, muita vergonha e humilhação em cima de uma categoria profissional sofrida e lutadora, os professores.
O que aconteceu no dia 29 de abril de 2015 no Estado do Paraná se insere nas vergonhas nacionais. Mais de 200 feridos em uma das atuações mais truculentas e covardes perpetrada pela polícia paranaense sob as ordens do governador tucano Beto Richa, do PSDB.
Fica como símbolo a frase do presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), enquanto os professores eram massacrados: "o que acontece lá fora não é problema dessa Assembleia".
O PSDB é um partido protegido pela mídia, pois a mídia tem no PSDB seu braço de atuação política e a sua arma para substituir o petismo em caso de vitória do movimento golpista em vigor desde a eleição de 2014. Não fosse a proteção da mídia, certamente os tucanos já seriam um anão político de fato, o que já são de direito há muito tempo.
Hipocrisia, corrupção, violência contra movimentos sociais, desmandos e uma completa incapacidade administrativa são as marcas do PSDB. Quer exemplos? Leia a Privataria Tucana, procure saber sobre o escândalo do Banestado (no Paraná), sobre a construção do mensalão tucano em 1998, sobre o cartel no metrô de São Paulo, sobre a operação Castelo de Areia, a lista de Furnas e tantas outras.
Os professores do Paraná e do Pará, dois Estados governados pelo PSDB, estão descobrindo o que é fazer greve e tentar abrir diálogo com governos tucanos. Os índios da Bahia já sentiram no lombo a forma de diálogo do PSDB na comemoração dos 500 anos em 2000, lembram? Os moradores do Pinheirinho já sentiram na pele a "democracia" de Alckmin, lembram? Mesmo os professores de São Paulo já foram exemplos várias vezes da forma carinhosa e republicana de negociação política do tucanato.
Aliás, desenvolvimento econômico, planejamento estratégico, diálogo com movimentos sociais são coisas que jamais fizeram parte do cardápio tucano. Quando comandaram o país, promoveram o maior desmonte jamais visto na economia nacional, produzindo um desemprego recorde. Na educação, além de não construírem uma única universidade, acabaram com a educação profissionalizante e jamais cogitaram em atender a histórica reivindicação de 10% do PÌB em educação, aprovada por Dilma.
Pelo contrário, o PSDB faz parte de movimentos como o Todos Pela Educação que prega claramente que o problema da Educação não é salário e nem más condições de trabalho, e sim a má formação dos professores e dá como solução a política de "meritocracia" e o aumento da "competição" entre professores através da política de bônus.
O resultado é que São Paulo, após 20 anos de tucanato, ocupa a 18o colocação no ranking nacional.
São Paulo e Minas Gerais (onde Aécio Neves foi derrotado por Dilma e por Pimentel) apresentam um quadro de estagnação econômica desde 2003! E feliz de Minas Gerais que teve coragem de mudar e experimentar uma nova forma de se governar.
Em São Paulo e no Pará, a violência cresce aceleradamente. O crime organizado comanda tudo de dentro das cadeias. Mesmo a polícia, que ataca professores enquanto tira sorridentes selfies com os idiotas do 15 de março, sofre com baixos salários e péssimas condições de trabalho.
Estudos recentes do IBGE e da PNAD revelam que foi em São Paulo o maior aumento no índice de pessoas na miséria. Enquanto no Nordeste o índice diminuiu! A situação só não é pior porque o governo federal oferece Bolsa Família e o Mais Médicos em São Paulo.
Isso tudo sem contar o descalabro no abastecimento de água, por absoluta falta de planejamento e investimentos. 6 bilhões de reais foram tirados da Sabesp e enviados para a bolsa de Nova Iorque. Em decorrência do medo da falta de água, moradores da periferia estocam em baldes e latas e a dengue avança, na maior epidemia dos últimos 20 anos.
E, para coroar o modo tucano de governar, enquanto eles fazem parte da linha de frente no ataque ao governo federal, numa tentativa insana de derrubar um governo eleito democraticamente, também propõem, junto com a FIESP e com o presidente da Câmara, o projeto da terceirização. O maior ataque aos direitos trabalhistas desde a era Vargas!
Todo o apoio aos professores do Paraná! Todo apoio aos professores paulistas em greve há mais de 40 dias!
Que esse acontecimento e toda forma de se governar deste partido anti-popular e anti-nacional sirva de alerta para os trabalhadores. Que nós possamos estar atentos para combater o golpismo e para não odiar o inimigo errado.
Ricardo Jimenez