Ribeirão Preto está
recebendo novamente a terceira maior feira de maquinários e tecnologia agrícola
do mundo.
A cidade está repleta de
carrões de luxo, com gente de chapéu e botinas. Todos interessados nas
novidades tecnológicas, principalmente nas máquinas agrícolas que praticamente
trabalham sozinhas: aram, semeiam, adubam, colhem, desbastam, ensacam.
O anel viário totalmente
congestionado na noite de abertura do evento e a expectativa de aumentar em 10%
os negócios da feira, mostram o dinamismo de um setor que corresponde a 23% do
PIB nacional: o agronegócio.
Porém, o mais interessante
da feira é o seu lado B.
Lado B que mostra que há
também grande interesse em outras “máquinas”, que também usam chapéu e botina,
estampam um sorriso bonito e lotam os hotéis da cidade nessa época. Às vezes
são vistas jantando em restaurantes de luxo acompanhadas de barrigudos senhores
com cara de rico fazendeiro e que dão gorjetas de 100 reais.
Lado B que mostra um Alckmin
sorridente, certamente porque é seguro com relação à imprensa amiga, sempre
disposta a mostrar os manifestantes do “fora Dilma” e a esconder os professores
em greve há 40 dias contra os desmandos do Governador. E também a escamotear as
denúncias de pagamento a blogs caluniadores e a empresários
amigos, tudo com dinheiro do Estado.
Lado B que mostra uma
Kátia Abreu animada com a possibilidade de se aprovar uma lei agrícola que
garanta o financiamento anual ao agronegócio e com a cotação do dólar, que
possibilitará uma explosão nas exportações, para a alegria das contas públicas. E Kátia também deve estar animada por que sabe que na imprensa nada será dito
sobre a enorme quantidade de agrotóxico que é usada nas lavouras brasileiras e
sobre o avanço da fronteira agrícola sobre as áreas protegidas de florestas e
terras indígenas.
Lado B que mostra o comunista ministro de Ciência e Tecnologia Aldo Rebelo bem à vontade junto ao agronegócio e a sempre congelada cara de Michel Temer.
Lado B que mostra o comunista ministro de Ciência e Tecnologia Aldo Rebelo bem à vontade junto ao agronegócio e a sempre congelada cara de Michel Temer.
Lado B que mostra uma
prefeita em crise existencial, que tanto lutou para manter a feira em Ribeirão
e que agora é “esquecida” pelo cerimonial na apresentação dos políticos no
evento. Dárcy aparece no centro da foto, mas parece que não está no centro nem
de seu próprio governo, cada vez mais abandonada pelo maior parceiro, o PMDB, representado
na foto pelo deputado Léo Oliveira, como a lembrar que o chefe Baleia vem aí em
2016.
E o povo?
Bem, o povo fica bem longe de uma feira como essa. Apenas assiste pelo Jornal Nacional, enquanto lota os supermercados comprando de tudo (inclusive
alimentos repletos de agrotóxicos e sementes transgênicas), lota os barzinhos
nos fins de semana e reclama da Dilma. E todos verão as faixas fora Dilma mostradas no evento, enquanto que o Bonner
dirá que estamos em crise, ora!
No fim de tudo, os fazendeiros sairão felizes, os políticos se entenderão e para o povo pode sobrar, desculpe a rima, a terceirização.
No fim de tudo, os fazendeiros sairão felizes, os políticos se entenderão e para o povo pode sobrar, desculpe a rima, a terceirização.
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