Dilma, com todos os erros administrativos que cometeu, tem sido uma figura pública ímpar há anos.
Lutou e venceu um câncer nas vésperas da disputa presidencial de 2010.
Venceu o machismo, a misoginia, as agressões verbais, os xingamentos públicos de uma classe média obtusa. Conduziu seu primeiro mandato com coragem, buscando adotar políticas desenvolvimentistas que foram bombardeadas pelos mesmos grupos que em 2014 deram o golpe na democracia, na economia e nos direitos do povo.
Nos momentos mais difíceis jamais demonstrou ódio, revanchismo ou desânimo. Enfrentou de cabeça erguida os xingamentos no campo de futebol e a tarefa hercúlea de escutar por horas um bando de desonestos no Congresso atentando contra seu mandato legítimo.
Foi traída de maneira desleal por seu parceiro de chapa (antes mesmo da eleição de 2014). Conviveu com a traição em toda a campanha.
Agora que o golpe está feito e o desgoverno Temer apodrece sem legitimidade interna e nem externa, Dilma mantém seu brilho, sua dignidade.
Sua voz é ouvida aqui e lá fora.
Dilma tem dito as melhores palavras sobre o momento atual, incluindo as tiradas srcásticas contra o atual 'presidente'.
Tem sido certeira ao decretar que o atual governo é golpista. Tem sido certeira ao falar que a política do atual governo é contra os mais pobres. Tem sido historicamente honesta ao dizer que o golpe ainda não terminou e que o futuro da nossa democracia ainda está ameaçado.
Não à toa, Dilma tem sido recebida no exterior como uma voz da legitimidade, como uma Presidenta que legitimamente é e sempre será.
Ricardo Jimenez